SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma casa isolada, jovens reunidas em torno de velas e símbolos místicos, e um eclipse que transforma o ambiente em palco para forças inexplicáveis. É nesse cenário que “Apanhador de Almas”, novo filme de terror nacional, mergulha o público em rituais obscuros e na presença de entidades malignas que testam os limites das protagonistas.

O longa, dirigido por Nelson Botter Jr. e Fernando Alonso, estreou nos cinemas na última quinta-feira (18) e já desperta a curiosidade pelo tom sobrenatural aliado a uma narrativa centrada em personagens femininas.

A história acompanha quatro aspirantes a bruxas que decidem presenciar um ritual durante um eclipse solar. A experiência mística se torna pesadelo quando uma criatura de outra dimensão é invocada, obrigando as jovens a escolher entre a vida e a morte.

No elenco, nomes já conhecidos do público se destacam. Klara Castanho, que vive Emília, vem de sucessos recentes como “Bom Dia, Verônica” e “De Volta aos 15”, além da novela “Garota do Momento”.

Duda Reis, que interpreta Olívia, traz a experiência de “Malhação: Toda Forma de Amar” e faz sua estreia nas telonas. Também participam Ângela Dip, Priscila Sol, Jessica Córes e Larissa Ferrara, formando um grupo de protagonistas majoritariamente feminino -algo ainda raro no gênero.

Para Klara, a experiência foi desafiadora desde a preparação. Ela conta que nunca foi uma grande consumidora de terror, mas mergulhou de vez no universo para interpretar sua personagem. “Precisei assistir a muitos filmes porque eu realmente tenho medo do gênero. Fiz um intensivo de preparação para entender a parte técnica e também para lidar com esse medo. Foi um trabalho de redescoberta”, diz.

A atriz também destaca a força do elenco feminino: “O interessante é que nenhuma das personagens fica passiva. Todas enfrentam a situação de formas diferentes, mas com potência. É raro ver isso no terror, em que a mulher muitas vezes é apenas coadjuvante ou a vítima óbvia”.

Duda Reis, por sua vez, reforça que entrar nessa seara foi um passo inesperado e marcante. “Eu sempre tive pavor [de filmes de terror], mas quando recebi o convite foi amor à primeira vista. Sinto que ainda é um gênero pouco explorado no Brasil e que eu queria experimentar”, afirma.

Ela relembra que sua principal referência foi “A Bruxa de Blair”, que assistiu ainda na infância ao lado do pai. “É curioso porque, apesar do medo, esse filme me deu a atmosfera que eu precisava para compor Olívia. E a gente ainda vê pouco terror protagonizado por mulheres. Nesse projeto, o elenco é essencialmente feminino, o que traz força para a narrativa”.

A atriz também recorda a cena que mais a marcou: “Foi uma em que minha personagem tem uma crise de pânico e precisa procurar uma arma para se defender. Estávamos exaustos, gravando há muitas horas, e isso exigiu um nível de concentração enorme. Mas no fim saiu melhor do que eu imaginava. Foi intenso e muito especial”.

Entre sustos, rituais e dilemas sobrenaturais, “Apanhador de Almas” busca se destacar no cenário crescente do terror brasileiro. Para Klara, a experiência abriu novas portas: “Agora que conheci esse universo, quero continuar explorando. Foi maravilhoso e transformador”. Já Duda não descarta repetir a dose: “Não vou negar novos convites, com certeza. O terror me conquistou de um jeito que eu não esperava”.