SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os criminosos que mataram o ex-delegado-geral Ruy Ferraz, 64, fugiram no sentido da cidade de cidade de Cubatão logo depois do ataque. Depois, seguiram até a capital paulista.
A conclusão da Polícia Civil tem como base a análise de diversas horas de imagens registradas por câmeras de monitoramento espalhadas pela Praia Grande, município onde ocorreu o crime. A cidade conta com 3.500 equipamentos de vídeo.
Devido a quantidade de material filmado, policiais do litoral também tem contribuído com as verificações. A polícia cita ainda que uma mulher suspeita de ligação com o crime foi detida em um imóvel no Jardim Luso, periferia da zona sul de São Paulo. ELa foi identificada como Dahesly Oliveira Pires.
De acordo com os agentes, ela foi até o município litorâneo buscar o fuzil usado no ataque, e depois retornou para a capital paulista.
A investigação ainda tenta saber quantos veículos auxiliaram na fuga e quantas pessoas participaram direta ou indiretamente do ataque.
Quatro pessoas tiverem a prisão pedida e decretada pela Justiça, sendo que Dahesly é a única presa até o momento é a mulher.
Ruy foi assassinado a tiros de fuzil na noite de segunda-feira (15) na avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, a cerca de 70km da capital paulista.
A polícia Civil apura se a morte foi uma represália ao trabalho que ele vinha fazendo à frente da Secretaria de Administração do município litorâneo ou se está ligada ao seu passado de luta contra o crime organizado, quando foi o primeiro a investigar o PCC (Primeiro Comando da Capital). A primeira tese é que tem mais força nos bastidores da polícia paulista.
Segundo os investigadores, Ruy estaria checando diversos contratos envolvendo a coleta de lixo e o transporte na cidade na Baixada Santista.
Dois carros envolvidos no ataque foram apreendidos. Ambos haviam sido furtados na capital em março e julho. Um Toyta Hilux foi incendiado pelos bandidos. Dentro dele restou uma pistola 9 mm carbonizada.
Um Jeep Renegade foi abandonado na mesma região do ataque. A perícia conseguiu levantar digitais de dois homens, Felipe Avelino da Silva, 33, vulgo Mascherano, e Flávio Henrique Ferreira de Souza, 24, que seguem foragidos.
Peritos localizaram um terceiro fragmento de digital, porém, não foi possível saber de quem era. Uma das hipóteses é a de que a pessoa não tenha um registro no estado de São Paulo.
Além de Mascherano e Souza, a polícia pediu a prisão de Luiz Antonio Rodrigues de Miranda. Ele seria o responsável por contratar para Dahesly para buscar um dos fuzis utilizados no crime em Praia Grande. Miranda e Pires teriam se conhecido em uma festa.
A apuração da Polícia Civil indica que o Toyota Hilux chegou a ficar estacionado em um imóvel que pertence a Miranda.
Os policiais chegaram em Dahesly por denúncias anônimas, que informaram sobre ela ser a responsável por guardar as armas usadas no crime, mas nada foi encontrado.
Durante depoimento, ela admitiu ter se deslocado até Praia Grande em um carro por aplicativo. Sua função era pegar uma sacola, onde estava o fuzil, e levá-la até Diadema, na Grande São Paulo.
Ainda não está claro se mulher chegou a receber algum valor pelo transporte. Ela afirmou ter recebido uma transferência via Pix pela conta de um familiar de Miranda.
A presa ainda relatou que Miranda esteve em sua casa e retirou o pacote antes da chegada dos policiais.