SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No início do mês, fãs brasileiros do Studio Ghibli, tradicional estúdio de animação japonês que acumula admiradores pelo mundo, puderam ver “Princesa Mononoke” no Imax pela primeira vez. Mesmo sendo de 1997, o longa comprovou a fama de seus criadores -os ingressos para as sessões do primeiro final de semana esgotaram em São Paulo.
Agora, além de “Princesa Mononoke”, serão exibidos outros títulos, como “A Viagem de Chihiro” e “Meu Amigo Totoro”, dirigidos por Hayao Miyazaki, mas também de outros diretores da casa, como Isao Takahata, de “Memórias de Ontem” e “O Conto da Princesa Kaguya”.
As reexibições acontecem no embalo de uma onda de reprises que vêm tomando os cinemas no país –só neste mês, voltam para as telonas filmes como “Paris, Texas”, “Jeanne Dielman”, “It, A Coisa” e “Toy Story”, anos depois de seus lançamentos originais.
Além de celebrar os 40 anos do estúdio, a retrospectiva busca arrastar o abundante público das animações japonesas para as salas de cinema. “A animação japonesa, no geral, é muito apreciada pela nova geração de espectadores”, diz Nelson Sato, diretor da Sato Company, que hoje distribui os títulos do Studio Ghibli no país.
“Os fãs têm interesse na obra, e ela acaba repercutindo. Isso faz com que o exibidor abra mais seu espaço para esse tipo de cinema. A experiência na tela grande é outra, e o fã quer ir para a sala assistir”, afirma o executivo.
Hoje, os fãs assistem aos animes pelo streaming. A alta procura pelo gênero não passou despercebida por empresas como a Netflix, hoje o principal streaming para animes no mundo, segundo uma pesquisa da agência Dentsu publicada em julho pela revista Variety. Enquanto isso, há ainda serviços que se dedicam exclusivamente a esse mercado, como é o caso da Crunchyroll.
O Ghibli Fest também acontece apenas uma semana depois da estreia de “Demon Slayer: Castelo Infinito” nos cinemas brasileiros, distribuído pela Sony. Nos Estados Unidos, o filme quebrou o recorde de “Pokémon 2000: O Filme”, de 1999, e se tornou a maior estreia de um anime no país.
A série animada da saga criada por Koyoharu Gotouge, que antecede o longa, está disponível, aliás, na Netflix e no Crunchyroll.
A aposta da Sato é grande, e em 2023 a distribuidora abriu uma sala de cinema na Liberdade, bairro de São Paulo ligado à cultura japonesa. A ideia é também distribuir mais animes nos cinemas brasileiros. O próximo será “Detetive Conan: O Pentagrama de Milhões de Dólares”, programado para o mês que vem.