SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Os fãs de “South Park” terão de esperar um pouco mais para assistir ao novo capítulo da série. O episódio que deveria ter ido ao ar nesta quarta-feira (17) foi adiado, e a notícia veio acompanhada de uma rara manifestação dos criadores Trey Parker e Matt Stone.

Comunicado justificou que produção foi deixada ‘para a última hora’. Segundo a mensagem, isso atrapalhou o processo e os criadores assumiram a responsabilidade pelo atraso.

A promessa é de que o novo episódio da temporada vá ao ar na próxima semana. No comunicado, os criadores agradeceram ao Comedy Central (canal americano de TV a cabo que exibe o desenho) e ao público pela compreensão.

Este não é o primeiro ajuste na exibição da 27ª temporada. A frequência das exibições já havia passado de semanal para quinzenal —e ainda assim vem alcançando recordes de audiência. Segundo o Comedy Central, os seis episódios restantes têm estreia prevista para os dias 24 de setembro, 15 e 29 de outubro, 12 e 26 de novembro e 10 de dezembro, embora a emissora tenha destacado que o cronograma pode sofrer alterações.

Episódio seria o primeiro após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk. A série já havia satirizado o fundador da Turning Point USA (organização conservadora americana voltada para jovens) em um capítulo anterior, e muitos se perguntavam qual seria a abordagem dos criadores diante dos acontecimentos recentes.

Em um episódio anterior, intitulado Got a Nut, Eric Cartman virou um podcaster de direita inspirado em Kirk, com direito a penteado semelhante e a participação em um fictício “Prêmio Charlie Kirk para Jovens Mestres Debatedores”. Embora a sátira tenha sido considerada relativamente leve pelos padrões de South Park, chamou a atenção do próprio Kirk, que gravou um vídeo no TikTok elogiando a paródia e afirmando que a considerou “hilária”.

Curiosamente, o Comedy Central retirou o episódio de uma reprise na TV a cabo, mas manteve o conteúdo disponível no Paramount+. A justificativa seria a diferença entre assistir a um programa on demand (quando o espectador escolhe o que ver) e esbarrar com ele de forma passiva na grade da televisão. A decisão reforça como a série, mesmo após quase três décadas no ar, continua mexendo com a sensibilidade cultural e política dos Estados Unidos.