SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Para o presidente da Unipar Carbocloro, Rodrigo Cannaval, não é razoável promover mudanças para reduzir a emissão de gases de efeito estufa sem uma contrapartida financeira.
“Fazer a redução de emissão de CO2 só por reduzir não faz sentido nenhum. Ela tem que trazer outros benefícios. Tem que estar orientada à competitividade e a um projeto que se pague”, disse Cannaval durante evento da plataforma de investimentos AGF, nesta quinta-feira (18).
O CEO disse que o plano da companhia é migrar 60% de sua fonte energética para renovável, adotando fontes eólicas e solares, bem como modernizando a planta da companhia em Cubatão (SP). Além disso, o executivo diz também ser necessário mudar a fonte de energia da matriz argentina.
“Não pode ser aquela política de não vou fazer a qualquer custo não, são decisões seletivas e orientadas e olhando esses distintos fatores, competitividade mitigação de custos e simplificação da organização
“A Argentina é um país de um gás, nesse momento, extremamente competitivo. Então, temos que olhar os trade-offs entre a competitividade a redução das emissões e fazer esse balanço de forma seletiva. Não podemos demonizar o gás natural, que é uma energia limpa e de transição”, afirmou Cannaval.
Segundo o executivo, o preço praticado no país vizinho é aproximadamente US$ 4 por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica, que mede o poder calorífico do gás), enquanto na Europa é de US$ 10 e, no Brasil, US$ 14.
“Trabalhamos em uma agenda de fomento junto ao governo para tentar melhorar o preço do gás natural no Brasil. Eu tenho vergonha do preço do gás natural brasileiro”, disse o CEO.
A Unipar Carbocloro é uma das maiores produtora de cloro, soda cáustica, e PVC da América do Sul, processos que geram emissões de gás CO2.
De acordo com a Cannaval, a empresa obteve financiamentos mais vantajosos pelo seu plano de descarbonização.
“Um projeto de US$ 200 milhões tem características tão interessante, como redução de consumo de água redução das emissões de CO2, que ele pôde ser aplicado no fundo clima do BNDES, o que é um salto duplo carpado em termos de financiamento porque ele tem condições ainda melhores”, afirmou o executivo.
Cannaval também mencionou o financiamento da Unipar junto a um fundo europeu.