Da Redação
O assassinato do influenciador ultraconservador Charlie Kirk, ocorrido no último dia 10 durante um evento universitário em Utah, desencadeou uma reação imediata da Casa Branca. Nesta quarta-feira (17), o presidente Donald Trump declarou que irá classificar a Antifa como uma “grande organização terrorista”, numa das ações mais duras de seu governo contra grupos de esquerda.
Em mensagem publicada no Truth Social, Trump chamou a Antifa de “um desastre doentio, perigoso e radical da extrema esquerda” e disse que recomendará investigações sobre possíveis financiadores da rede antifascista. O anúncio surge como resposta direta à morte de Kirk, aliado próximo do presidente e figura de forte influência no movimento conservador.
O principal acusado pelo crime, Tyler Robinson, 22 anos, responde a sete acusações formais e pode ser condenado à pena de morte. Para Trump e seus apoiadores, o caso simboliza a escalada da violência política nos Estados Unidos, supostamente incentivada pela retórica progressista.
Embora o republicano já tenha tentado em 2020 enquadrar a Antifa como grupo terrorista, especialistas lembram que a legislação americana só permite a classificação oficial para organizações estrangeiras. Além disso, o movimento antifascista não funciona como uma entidade centralizada, mas como uma rede descentralizada de militantes envolvidos em protestos contra racismo e autoritarismo.
As reações foram imediatas. Democratas e organizações civis acusam Trump de instrumentalizar a tragédia para perseguir adversários políticos. Barack Obama criticou a medida e alertou que a retórica inflamada “aproxima o país de um momento perigoso”.
Do outro lado, a base trumpista intensificou o discurso contra progressistas. O vice-presidente J. D. Vance afirmou em homenagem a Kirk que “não há unidade possível com quem celebra a morte de conservadores”.
A polarização em torno do caso reforça o clima de instabilidade política nos EUA, agora marcado por uma promessa de endurecimento que pode reabrir antigos debates sobre liberdade de expressão, democracia e segurança interna.