SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os dois veículos usados por criminosos no ataque ao ex-delegado-geral Ruy Ferraz, 64, foram furtados em duas ocasiões distintas na cidade de São Paulo, segundo informações da Polícia Civil paulista.

Ruy foi assassinado a tiros de fuzil na noite de segunda-feira (15) na avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, em Praia Grande, na Baixada Santista, a cerca de 70km da capital paulista.

A polícia Civil apura se a morte foi uma represália ao trabalho que ele vinha fazendo à frente da Secretaria de Administração do município litorâneo ou se está ligada ao seu passado de luta contra o crime organizado, quando foi o primeiro a investigar o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Diferente da ação contra o delegado aposentado, os criminosos não deram tiros e nem recorreram a violência para tomar os veículos.

O crime mais recente aconteceu na noite de 29 de julho na rua Arapiraca, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, bairro conhecido pela variedade de bares e restaurantes.

Conforme o relato do proprietário do veículo a investigadores do 14° DP (Pinheiros), ele estacionou o Toyota Hilux preto ano 2022 por volta das 20h30 daquela terça-feira. Ao retornar ao local pouco antes das 10h do dia seguinte, o carro tinha sumido.

O homem disse ter assistido imagens de câmeras de segurança que registraram a ação de dois homens. Eles agiram cerca de uma hora depois dele ter estacionado o automóvel.

O Toyota Hilux foi o carro usado pelos criminosos para chegar ao endereço onde estava Ruy. Câmeras registraram quando os homens descem do veículo com fuzis e atiram contra o policial aposentado. Depois, embarcam no carro e fogem.

O automóvel foi encontrado instantes depois na avenida Casemiro Domcev totalmente queimado. Uma pistola calibre 9 mm foi encontrada carbonizada. Do ponto do furto a desova após o assassinato a distância é mais de 80 km.

O segundo carro utilizado no crime contra Ruy foi encontrado abandonado no cruzamento das ruas Walter Feliciano e Gilberto Lopes, na mesma região do ataque. A polícia ainda não deu detalhe de qual foi sua função no ataque.

O Jeep Renegade cinza ano 2021 estava inteiro, com o contato ligado. A perícia foi acionada e conseguiu coletar material genético de duas pessoas, que tiveram a prisão solicitada e decretada pela Justiça. No interior do carro foram encontradas placas de outros automóveis, o que pode indicar troca constante de identificação, além de um boné e carregadores de fuzil 556 e 7,62 mm.

O automóvel em questão foi furtado no dia 25 de março na rua Monsenhor Freitas, no bairro Cidade Dutra, na zona sul paulistana.

O dono do Jeep Renegade relatou para os policiais ter estacionado o carro por volta das 9h e ido trabalhar. Ao retornar, cerca de 12 horas depois, o veículo não estava no local.

Encontrado na Praia Grande, o veículo foi apreendido para auxiliar nas investigações da morte do delegado aposentado. A distância de um ponto para o outro, ou seja, do furto para o abandono é de 70 km.