RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro faz nesta quinta-feira (18) uma operação para tentar identificar suspeitos de praticar crimes através de torcidas organizadas. Um homem foi preso em flagrante após entrar em confronto com policiais, segundo o órgão.
Os agentes cumprem 39 mandados de busca e apreensão, e alguns dos endereços são as sedes das principais torcidas do estado. Procuradas por meio de perfis nas redes sociais, as organizadas não se manifestaram.
A investigação tenta identificar autores de crimes como roubo e homicídios. “Não se trata de combate às torcidas organizadas, cuja existência é prevista por lei”, disse a Polícia Civil em nota.
Dois episódios de briga entre organizadas terminaram com mortes na semana passada.
No último dia 11, o torcedor do Vasco Rodrigo José Santana morreu baleado na cabeça durante uma briga entre organizadas em Oswaldo Cruz. A briga, que aconteceu em Oswaldo Cruz, a 7 km de onde ocorreu o jogo entre Botafogo e Vasco (estádio Nilton Santos), teve envolvimento de uma torcida do Flamengo, segundo investigação.
No sábado (13), Matheus Casemiro dos Santos, membro da Torcida Jovem do Olaria, foi morto após ter sido agredido com socos, pontapés e pauladas em briga horas antes da partida entre São Cristóvão e Bonsucesso -as torcidas de Olaria e Bonsucesso são aliadas.
A Torcida Jovem do Flamengo, uma das mais antigas do clube rubro-negro, foi proibida de frequentar eventos esportivos pelos próximos dois anos, em decisão na terça-feira (16) do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, do Tribunal de Justiça fluminense.
O afastamento foi um pedido da Promotoria do Rio de Janeiro, que entendeu ter havido uma série de crimes cometidos no dia 31 de agosto, data que marcou a volta da Jovem aos estádios.
A Jovem acumula suspensões desde 2015 -a última fora em 2021. Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado neste ano entre a diretoria da organizada e o Ministério Público liberava a volta, mediante regras.
Em nota publicada nas redes sociais, a Jovem disse reconhecer “a importância de que eventos esportivos sejam seguros”, mas afirmou que “a suspensão penaliza um coletivo de milhares de torcedores que atuam de forma responsável”. Afirmou também que vai recorrer.