SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A mãe e o irmão de um dos suspeitos de assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes estão sendo ouvidos pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (17).
Até o momento, segundo a polícia, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços da capital e Grande São Paulo relacionados aos suspeitos identificados pelo crime. Dois suspeitos da morte de Ruy foram identificados pela polícia na terça.
Segundo a Folha de S.Paulo apurou, os parentes do suspeito estão no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, na região central de SP.
Segundo o delegado Rogerio Thomaz, os parentes dizem não saber onde os suspeitos estão. O delegado afirmou acreditar que os dois estão na capital ou na Grande São Paulo e confirmou que um terceiro carro está envolvido no assassinato.
Os celulares do ex-delegado-geral também serão periciados, e a polícia trabalha com outros suspeitos que não tiveram detalhes divulgados.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirma que forças de segurança seguem mobilizadas para identificar e prender todos os envolvidos na morte de Ruy Ferraz. Ao todo, 63 policiais civis cumpriram ordens judiciais em endereços na capital paulista e na Grande São Paulo.
“Até o momento, os investigados não foram localizados. Nos locais, as equipes apreenderam objetos que serão periciados”, diz a nota.
A investigação apura se a morte foi uma represália ao trabalho que ele vinha fazendo à frente da Secretaria de Administração de Praia Grande, na Baixada Santista, ou se está ligada ao seu passado de luta contra o crime organizado, quando foi o primeiro a investigar o PCC (Primeiro Comando da Capital).
A SSP ainda destaca que os detalhes das ações policiais serão preservados para não comprometer as investigações.
Ruy foi morto a tiros após ser perseguido por criminosos depois de deixar prédio da Prefeitura de Praia Grande, na noite de segunda-feira (15). “Hoje não afastamos nenhuma possibilidade, nem de ser um crime promovido por facção ou de não ser um crime promovido por facção”, disse o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os dois suspeitos de envolvimento no caso foram identificados na terça. Um deles, segundo a SSP, tem passagens por roubo e tráfico de drogas. Além disso, dois carros foram usados na ação, um foi incendiado após o crime e o outro foi abandonado, neste veículo foi coletado fragmentos de DNA e impressões digitais.
O CRIME
Morto a tiros de fuzil em Praia Grande, o ex-delegado-geral não chegou a se defender dos criminosos. A arma dele, segundo o registro de ocorrência do caso, uma pistola 9 milímetros, foi encontrada em uma bolsa junto com outros itens pessoais. O veículo foi atingido por 29 disparos.
A perseguição ainda deixou duas pessoas feridas. Um homem e uma mulher deram entrada em hospitais da cidade com ferimentos causados por tiros. De acordo com o registro policial, eles disseram que estavam na frente da casa de familiares quando foram atingidos pelos disparos. O estado de saúde deles não foi informado.
Ao menos dois veículos foram usados no crime. Um Toytota Hilux, que aparece nas imagens transportando suspeitos com armas, foi encontrado pegando fogo a cerca de dois quilômetros do assassinato. Agentes da GCM encontraram um Jeep Renegade abandonado em outro ponto, também à mesma distância. Perto dele havia um carregador de fuzil e um de pistola e munição deflagrada.