WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O vice-secretário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, afirmou nesta quarta-feira (17) que o país manterá a perspectiva de responder à condenação de Jair Bolsonaro mesmo se houver ameaça de o ex-presidente ser condenado a cumprir a pena na Papuda.

Segundo a coluna Mônica Bergamo, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) avaliam que novas punições dos EUA podem sacramentar o destino de Bolsonaro de ser preso na penitenciária em Brasília.

A declaração de Landau foi publicada no X em resposta a uma postagem com a notícia da Folha de S.Paulo e outra reportagem que tratava da resposta do governo Trump à condenação.

“Se essa reportagem for precisa, isso apenas confirma que todo o processo ‘judicial’ em andamento no Brasil é uma farsa política. Aqueles que afirmam estar seguindo o Estado de Direito não podem aumentar a pena de um réu com base na reação de uma terceira parte à sua decisão”, afirmou Landau no X.

Citando as posições de Trump e do secretário de Estado, Marco Rubio, sobre o tema, ele disse ainda que “os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas política e não serão intimidados por ameaças judiciais”.

Na segunda-feira (15), Rubio, equivalente ao ministro das Relações Exteriores dos Estados Unidos, afirmou que deve haver anúncios de respostas do país à condenação de Bolsonaro.

Ele foi questionado em entrevista à Fox a respeito da decisão do STF e disse ver uma deterioração do Estado de Direito no Brasil.

“Então, haverá uma resposta dos EUA a isso, e teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar. Mas isso, o julgamento, é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas operando a partir dos Estados Unidos”, afirmou.

Estão no radar dos americanos uma nova leva de cassação de vistos, a inclusão da mulher de Moraes, Viviane Barci, no rol de pessoas sancionadas financeiramente pela Lei Magnistky, que pune violadores de direitos humanos.

Os EUA ainda consideram ampliar as tarifas aplicadas a produtos brasileiros ou reverter algumas das cerca de 700 exceções a bens que foram dadas na sobretaxa de 50%.