SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu próximo da estabilidade nesta quarta-feira (17), com investidores à espera da decisão sobre juros do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), no meio da tarde, e do Banco Central do Brasil, no início da noite.
Os dois eventos em especial o anúncio do Fed têm potencial para influenciar a moeda norte-americana, que nos últimos cinco dias se afastou dos R$ 5,40 em direção aos R$ 5,30.
Às 9h05, o dólar subia 0,08%, aos R$ 5,303. Na terça (16), a moeda americana encerrou o dia em queda de 0,43%, a R$ 5,298, o menor patamar desde junho de 2024, enquanto a Bolsa fechou o pregão em alta de 0,43%, a 144.165 pontos.
“A Bolsa chegou a subir 0,67% na abertura do dia, em um cenário de bastante otimismo, assim como o dólar na casa de R$ 5,31, por conta do sinal mais claro de corte de juros nos Estados Unidos, que acaba beneficiando países emergentes”, diz Daniel Teles, da Valor Investimentos.
Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, lembra que há expectativa de o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manter nesta quarta a taxa básica de juros brasileira em 15% ao ano.
“Essa perspectiva de que os juros americanos vão começar a cair enquanto os juros brasileiros vão ser mantidos estáveis em patamar elevado tem favorecido o diferencial de juros brasileiro, atraindo mais investidores estrangeiros. Isso faz pressão na nossa taxa de câmbio”, afirma.
Além da expectativa pelos juros americanos, os investidores avaliaram os dados da taxa de desemprego do Brasil, que recuou a 5,6% no trimestre até julho, como apontam dados divulgados nesta terça-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o resultado, o indicador renovou a mínima da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012.
Durante evento promovido pelo grupo financeiro J. Safra nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo pretende cumprir as metas fiscais de 2025 e 2026, acrescentando que para isso depende da “compreensão” do Congresso Nacional.