(UOL/FOLHAPRESS) – Israel criou um corredor humanitário para o deslocamento forçado de palestinos da Cidade de Gaza um dia após as tropas do país iniciarem uma ofensiva rumo ao centro do local.

Israel abre rota de 48 horas para que moradores se desloquem para o sul. A ação ocorre um dia após o país lançar uma ofensiva para tomar contar do centro da Cidade de Gaza, onde diz acreditar que ainda há integrantes do Hamas. “Moradores de Gaza, o Hamas, com seu extremismo, intransigência e recusa em libertar os sequestrados, está impondo desgraças e tragédias à Faixa de Gaza. Lutaremos contra o Hamas implacavelmente. Todo terrorista terá seu dia”, afirmou o porta-voz do Exército, Avichay Adraee.

Moradores se deslocam a pé, de carro ou caminhão. Imagens da agência de notícias AFP mostram uma grande concentração de palestinos que trafegam com pertences em uma estrada na área do campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.

Tanques tomam as ruas da principal cidade palestina. Chamada por Israel de “ofensiva principal”, a nova fase da operação avança principalmente por terra, com tropas espalhadas pelos diferentes cantos da cidade. O país coordena as ações junto do setor de inteligência e forças aéreas. Bombardeios intensos foram lançados na madrugada desta terça-feira (16), tendo como alvos bairros residenciais e prédios que ainda estavam em pé. Cerca de 350 mil moradores da Cidade de Gaza deixaram a localidade rumo às chamadas zonas humanitárias no sul do enclave.

PAPA LEÃO 14 DIZ QUE MORADORES SÃO FORÇADOS AO DESLOCAMENTO

Em pronunciamento, o pontífice expressou “profunda solidariedade ao povo de Gaza”. O líder da Igreja Católica afirmou que os palestinos vivem com medo e sobrevivem em condições inaceitáveis, e que mais uma vez são forçados a deixarem sua terra. “Renovo meu apelo por um cessar-fogo, a libertação dos reféns, uma solução diplomática negociada e o pleno respeito ao direito humanitário internacional.”

Investigadores da ONU afirmam que Israel comete genocídio em Gaza. A Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU acusou Benjamin Netanyahu e funcionários do alto escalão do governo. “A Comissão considera que Israel é responsável pela prática do genocídio em Gaza”, afirmou Navi Pillay, presidente da Comissão, que não fala em nome da ONU.