RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro obteve decisão judicial que determina o afastamento da Torcida Jovem do Flamengo de todos os eventos esportivos do Brasil por dois anos, medida que alcança seus membros.

A nova suspensão acontece apenas duas semanas após a organizada do Rubro-Negro retornar aos estádios. A volta aconteceu no último dia 31, no duelo com o Grêmio, no Maracanã, pelo Brasileiro.

A pedido do MPRJ, a juíza Renata Guarino deixou de homologar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que a organizada tinha firmado em 28 de agosto.

O objetivo era estabelecer compromissos de comportamento e regras para o retorno gradativo da torcida aos estádios. No entanto, novos relatórios do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE) registraram reiterados episódios de violência e crimes Trecho de texto publicado pelo MPRJ

O MP alega que foram relatadas “invasões em estações da Supervia e em coletivos, tumultos e agressões físicas em vias públicas, roubos no interior do Maracanã e agressões a torcedores rivais, com ocorrências registradas no Maracanã, em Copacabana, Niterói e Cidade de Deus”.

OUTRAS ORGANIZADAS NA MIRA

A Justiça também determinou o envio de ofícios do BEPE sobre casos recentes que relataram morte e lesões graves envolvendo as torcidas Força Jovem do Vasco e Fúria e Jovem do Botafogo, para análise do MPRJ.

As duas organizadas retornaram aos estádios recentemente, após anos afastadas. Elas também alinharam um TAC com o órgão estadual para que pudessem ser liberadas.

MORTE INVESTIGADA

Na última semana, um torcedor do Vasco morreu em Oswaldo Cruz, zona norte do Rio de Janeiro, após uma confusão antes do duelo com o Botafogo, pela Copa do Brasil. Segundo informações preliminares da investigação da Polícia Civil, o vascaíno foi vítima em meio a uma briga com torcedores do Flamengo.

O QUE DIZ O MP-RJ

“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/MPRJ) e da 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte, obteve decisão judicial que determina o afastamento da Torcida Jovem do Flamengo de todos os eventos esportivos do país por dois anos, medida que alcança seus associados e membros.

A atuação do MPRJ teve origem em ação civil pública, com base em sucessivos episódios de violência e desordem praticados por integrantes da torcida organizada desde 2015. Em 2021, sentença judicial já havia determinado o afastamento da torcida por três anos, além do pagamento de indenização por dano moral coletivo. Em 2025, após negociações mediadas pelo MPRJ, foi celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Torcida Jovem do Flamengo, apresentado para homologação pelo Juizado do Torcedor. O objetivo era estabelecer compromissos de comportamento e regras para o retorno gradativo da torcida aos estádios.

No entanto, novos relatórios do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE) registraram reiterados episódios de violência e crimes. Foram relatadas invasões em estações da Supervia e em coletivos, tumultos e agressões físicas em vias públicas, roubos no interior do Maracanã e agressões a torcedores rivais, com ocorrências registradas no Maracanã, em Copacabana, Niterói e Cidade de Deus. Diante da gravidade dos fatos e do risco à segurança da coletividade, o MPRJ requereu a suspensão da análise do TAC e a fixação de novo período de afastamento.

A Justiça também determinou o envio de ofícios do BEPE sobre casos recentes que relataram morte e lesões graves envolvendo as torcidas Força Jovem do Vasco e Fúria e Jovem do Botafogo, para análise do MPRJ nos procedimentos firmados com essas agremiações”.