SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (16) que o ataque contra líderes do Hamas no Qatar, na semana passada, foi “justificado” pelos laços do país do Golfo com o grupo.
“O Qatar está ligado ao Hamas, abriga o Hamas, financia o Hamas. Tem fortes alavancas [que poderia usar para negociar o cessar-fogo], mas optou por não o fazer”, disse durante uma entrevista coletiva. “Portanto, nossa ação foi totalmente justificada.”
Na semana passada, Tel Aviv lançou uma ofensiva inédita contra líderes do grupo terrorista no Qatar, mas não matou membros do alto escalão do Hamas. Após o ataque, o governo do americano Donald Trump se limitou a dizer que não havia sido informado sobre a ação com antecedência e fez demonstrações de apoio a Doha, importante aliado americano no Oriente Médio e onde fica a maior base aérea dos EUA na região.
Nesta segunda, Netanyahu também afirmou que não descarta realizar novos ataques contra líderes do Hamas “onde quer que estejam”. O premiê falou a jornalistas ao lado do secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Jerusalém.
Durante o encontro, Netanyahu disse que Trump é o “maior amigo” que Israel já teve na Casa Branca. “Sua presença aqui hoje é uma mensagem clara de que os Estados Unidos apoiam Israel”, declarou.
Já Rubio voltou a afirmar que o Hamas “precisa deixar de existir como um elemento armado capaz de ameaçar a paz e a segurança” na região e que os reféns israelenses mantidos em Gaza devem voltar imediatamente.
Na última semana, Rubio havia afirmado que os EUA “incentivarão o Qatar a continuar desempenhando um papel construtivo em Gaza” o país sedia os encontros para negociação de cessar-fogo. O secretário ainda anunciou que visitará o país árabe após a missão em Israel.
A fala de Netanyahu é feita em paralelo a uma evolução sem precedentes da operação israelense no território palestino. O Exército de Israel iniciou uma ofensiva terrestre nesta segunda para ocupar a Cidade de Gaza.
As forças israelenses já vinham expandindo seus ataques aéreos contra a maior cidade da Faixa de Gaza nas últimas semanas. O que foi iniciado nesta segunda, no entanto, é a tomada via tropas terrestres, que até então não haviam atuado desta maneira na região.
Trump, ao ser questionado sobre a ofensiva, afirmou que o Hamas enfrentará problemas se utilizar os reféns israelenses que mantém em Gaza como escudos humanos. “Vamos esperar para saber o que acontece, (…), se fizerem isso, terão grandes problemas”, disse.