RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro faz nesta terça-feira (16) uma operação contra o tráfico de animais silvestres. Quarenta mandados de prisão e 270 de busca e apreensão foram expedidos para cidades do Rio, São Paulo e Minas Gerais.
Segundo a polícia, a investigação mostrou que o tráfico de animais silvestres é dividido em núcleos de atuação. O primeiro deles é o grupo de caçadores, incluindo especialistas em capturar macacos, que atua em áreas de proteção ambiental, como o Parque Nacional da Tijuca e o Horto, próximo ao Jardim Botânico do Rio.
Os macacos são dopados com auxílio de armadilhas na mata, para serem capturados com maior facilidade, segundo apuração.
Foi identificado ainda um suposto grupo de atravessadores, que entrega os animais nos centros urbanos para os comerciantes, também alvos da ação. Os animais silvestres são há anos vendidos em feiras livres, como a feira dominical de Duque de Caxias e a feira de Belford Roxo, ambas na Baixada Fluminense.
As feiras comercializam tucanos, araras, saguis, jabutis e diferentes espécies de serpentes. O comércio de animais silvestres também tem atuação online.
Há ainda, segundo a polícia, um grupo especializado em tráfico de armas e munição. Outro grupo falsifica as transações, usando selos públicos e documentos fraudados, além de também falsificar anilhas tipo de pulseira de identificação colocada nos animais.
Os nomes dos suspeitos não foram revelados, mas a polícia confirma que um dos alvos da operação é o ex-deputado estadual fluminense TH Joias, suspeito de comprar macacos. TH está preso há duas semanas, desde que foi alvo de uma operação que o apontou como intermediário do Comando Vermelho, auxiliando na compra de armas e equipamentos.
A defesa de TH Joias no outro processo no qual é acusado foi procurada, mas ainda não respondeu. Sobre a suspeita de ligação com facções, a defesa afirma que a acusação é “absurda” e que o ex-parlamentar vai provar inocência.
A operação foi batizada de São Francisco, em referência a São Francisco de Assis, considerado por católicos o padroeiro dos animais. A operação, coordenada pela DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) e com apoio da secretaria de Meio Ambiente, levou mil policiais civis às ruas nesta manhã.
Houve troca de tiros na chegada das equipes ao morro da Mangueira, endereço de um dos alvos.
Na Cidade de Polícia, sede da Polícia Civil do Rio, foi construída uma base com veterinários voluntários e peritos para receber os animais apreendidos. De lá eles serão encaminhados para centros de triagem, segundo o órgão.