SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu o dia em queda nesta terça-feira (16), em linha com o exterior, conforme a expectativa por corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) nesta quarta-feira (17) permanece no radar dos investidores.

Às 9h05, o dólar cedia 0,27%, aos R$ 5,307. Na segunda (15), o dólar fechou em queda e o Ibovespa em alta, com os investidores à espera de corte na taxa de juros dos Estados Unidos nesta quarta (17) pelo Federal Reserve (o banco central americano).

O dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,60%, a R$ 5,321 —a moeda americana chegou a tocar nos R$ 5,30 durante o pregão. A Bolsa, por outro lado, fechou o dia em alta de 0,90%%, a 143.546 pontos.

Os investidores aguardam o primeiro corte de juros deste ano pelo Fed, de 25 pontos na taxa básica americana. Por aqui, o BC deve manter a Selic em 15% ao ano. Os comunicados das decisões serão acompanhados com atenção, na expectativa de sinalização dos próximos passos da política monetária de ambos os países.

“A semana passada foi marcada por uma apreciação do real, principalmente por conta da crescente expectativa de que o Fed irá baixar juros, ainda mais em um cenário em que o Banco Central deve manter a Selic em 15%. Temos um diferencial de juros bastante favorável para o ingresso de fluxo de capital especulativo para o Brasil e isso favorece o real”, avalia Daniel Teles, sócio da Valor Investimentos.

Para analistas do BB Investimentos, investidores devem ficar em modo espera até as decisões dos bancos centrais nos EUA e no Brasil, com divulgações previstas para amanhã, o primeiro às 15h e o segundo após o fechamento.

“O dólar mostra tendência de queda nesta segunda, em linha com o movimento externo de enfraquecimento da moeda americana”, diz Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX. “A moeda americana apresenta fraqueza desde sexta-feira, por conta da consolidação das apostas de um ciclo de cortes de juros pelo Fed.”

Ontem, o mercado repercutiu o Boletim Focus, com economistas consultados pelo Banco Central reduzindo suas estimativas para a inflação neste ano (de 4,85% para 4,83%) e ajustando para baixo suas projeções para a taxa básica de juros em 2026.

Além disso, o IBC-Br (índice de Atividade Econômica do Banco Central) de julho mostrou uma desaceleração maior que a esperada por analistas, com uma queda de 0,5% ante junho.

Foi o terceiro mês consecutivo de recuo do índice, que é visto como um sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto). Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam contração de 0,2%. As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) abriram em baixa nesta segunda-feira, após a divulgação do indicador.

Entre as principais altas nesta segunda, estão as ações da Yduqs, Magalu, Cogna, Sendas e a B3. Na outra ponta, as maiores quedas são Raia Drogasil, Minerva, Embraer e Banco do Brasil.