SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após a execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, 63, em Praia Grande, no litoral de paulista, o atual chefe da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, afirmou que imagens do assassinato e de dias anteriores serão coletadas e analisadas pela investigação.

Primeiro a investigar a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Fontes foi assassinado na noite de segunda-feira (15), após deixar o trabalho. Ele era secretário na prefeitura da cidade da Baixada Santista.

Em entrevista coletiva a jornalistas em Praia Grande, Dian disse que os criminosos usaram táticas e técnicas apuradas para a execução.

“Então a gente não pode descartar nada de crime organizado tendo participado. Nossas equipes estão fazendo a coleta de todas as imagens possíveis, não só do dia do fato, mas de outros dias também em que eventualmente veículos suspeitos pudessem estar circulando a prefeitura.”

O delegado-geral também disse que Fontes não temia estar sendo seguido. “Pelo que levantamos preliminarmente ou das últimas vezes em que pude conversar com ele, não existia esse receio. Claro que um policial sempre tem toda a cautela, ele andava armado.”

Ruy Ferraz Fontes era considerado um dos maiores especialistas no PCC. Quando chefiava a 5ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), ele se tornou o primeiro delegado a investigar a atuação da organização criminosa no estado. Ultimamente, já aposentado, ele era secretário de Administração de Praia Grande, cargo assumido em janeiro de 2023.

Ele atuou por 40 anos na Polícia Civil, tendo iniciado a carreira como delegado titular da delegacia do município de Taguaí, a 350 km da capital paulista, em 1988. Ao longo dos anos, foi delegado assistente do DHPP (Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), delegado titular da 1ª DP da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Denarc (Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico), além da sua gestão à frente da 5ª DP de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos do Deic e de outras delegacias e divisões na capital.

Na gestão do governador João Doria, ele assumiu o maior posto da Polícia Civil do estado, como delegado-geral, de janeiro de 2019 a abril de 2022.