RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Mais um capítulo da disputa entre Textor e os acionistas da Eagle Football se desenrolou nesta segunda-feira (15) na Justiça do Rio. O grupo tenta reduzir a autonomia do norte-americano na gestão da SAF Botafogo, incluindo o diretor independente, Christopher Mallon, nas discussões.
O QUE ACONTECEU
A Eagle rejeitou uma iniciativa de Textor (SAF Botafogo) de dizer na semana passada que o processo deveria ser encerrado, porque as partes estavam combinando um acordo.
O grupo de investidores, por outro lado, sugeriu um outro acordo, com bases que, na prática, reconheçam que Textor não é mais quem manda e desmanda no futebol invalidando também qualquer movimento para levar ações da SAF para as Ilhas Cayman.
Nos autos do processo, a Eagle diz que está disposta a ouvir uma resposta sobre os termos até o fim da próxima quarta-feira (dia 17).
O QUE A EAGLE PROPÔS
A Eagle quer que a assembleia geral feita por Textor na SAF em julho seja desfeita. A proposta é reduzir os poderes do empresário, incluindo o diretor Christopher Mallon nas decisões do Botafogo. Mallon foi nomeado após Textor perder o controle das ações, no primeiro semestre.
Textor afirmou anteriormente no processo, por meio de uma carta, que não mandará mais ações para as Ilhas Cayman, por exemplo. Em petição na semana passada, os advogados da SAF (de Textor, na prática) dizem que por conta disso houve “esvaziamento” da demanda inicial da Eagle.
Mas na visão do grupo de acionistas que nesta segunda-feira (15) batalham contra Textor, a medida proposta pelo empresário resolve apenas parte dos atos considerados não autorizados pela Eagle.
AS CLÁUSULAS SUGERIDAS PELA EAGLE
A SAF Botafogo e Clube Associativo declaram que não celebraram ou realizaram – e nem celebrarão ou realizarão até a reanálise da questão pelo Tribunal Arbitral -, em conjunto ou individualmente, tampouco possuem ciência de qualquer outro contrato ou ato societário sem a participação do Diretor Independente da Eagle Bidco;
a. Caso algum ato ou contrato – em particular, um aditamento ao acordo de acionistas da SAF – tenha sido celebrado sem a participação do Diretor Independente da Eagle Bidco, SAF Botafogo e Clube Associativo comprometem-se a apresentá-lo aos autos e a encaminhá-lo prontamente aos patronos constituídos da Eagle Bidco, e as Partes concordam em suspender de imediato sua eficácia até reanálise da questão pelo Tribunal Arbitral.
ii) SAF Botafogo e Clube Associativo reconhecem que há controvérsia existente quanto aos poderes de representação de John Charles Textor e, portanto, para evitar nulidades e agravamento da disputa, as Partes concordam que todos os atos societários da SAF Botafogo que precisem da participação da Eagle Bidco, ou da aprovação pela maioria do Conselho de Administração da SAF Botafogo, deverão ser realizados com a participação do Diretor Independente da Eagle Bidco;
iii) SAF Botafogo e Clube Associativo se comprometem a realizar, em conjunto com a Eagle Bidco representada por seu Diretor Independente, em até 30 dias, todos os atos societários necessários para desfazer integralmente todas as deliberações tomadas na AGE de 17.7.2025 e na RCA de 17.7.2025; e
iv) O negócio jurídico será homologado judicialmente e arquivado na JUCERJA, para assegurar sua publicidade e produção de efeitos perante terceiros.”
Se o prazo de aceite (quarta-feira) passar, a Eagle diz que a proposta não terá mais validade.