SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Exército de Israel iniciou uma ofensiva terrestre nesta segunda-feira (15) para ocupar a Cidade de Gaza, informou o site de notícias Axios, ao citar autoridades israelenses sob anonimato.
As forças israelenses já vinham expandindo seus ataques aéreos contra a maior cidade da Faixa de Gaza nas últimas semanas. O que iniciam nesta segunda, no entanto, é a tomada via tropas terrestres, que até então não haviam atuado desta maneira na região.
O gabinete de segurança de Israel, presidido pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, aprovou no mês passado um plano para expandir a campanha militar e controlar a Cidade de Gaza, capital do território homônimo. O premiê afirma que a capital é um reduto do Hamas e que conquistá-la é necessário para derrotar o grupo terrorista.
Ainda nesta segunda, Netanyahu havia afirmado que não descarta realizar novos ataques contra líderes do Hamas “onde quer que estejam”. O premiê falou a jornalistas ao lado do secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Jerusalém.
Durante o encontro, Netanyahu disse que o presidente Donald Trump é o “maior amigo” que Israel já teve na Casa Branca. “Sua presença aqui hoje é uma mensagem clara de que os Estados Unidos apoiam Israel”, declarou.
Já Rubio voltou a afirmar que o Hamas “precisa deixar de existir como um elemento armado capaz de ameaçar a paz e a segurança” na região e que os reféns israelenses mantidos em Gaza devem voltar imediatamente.
Na semana passada, Tel Aviv lançou uma ofensiva inédita contra líderes do grupo terrorista no Qatar, mas não matou membros do alto escalão do Hamas. Após o ataque, o governo Trump se limitou a dizer que havia sido informado sobre a ação e fez demonstrações de apoio a Doha, importante aliado americano no Oriente Médio e onde fica a maior base aérea dos EUA na região.
Rubio disse na quinta que os EUA “incentivarão o Qatar a continuar desempenhando um papel construtivo em Gaza”. O secretário ainda anunciou que visitará o país árabe após a missão em Israel.
A ofensiva de Israel na capital do território palestino já deslocou centenas de milhares de palestinos que se abrigam ali desde o começo da guerra, há quase dois anos. Antes do conflito, cerca de 1 milhão de pessoas, quase metade da população de Gaza, vivia na cidade.
Tel Aviv afirmou publicamente que cerca de 300 mil palestinos deixaram a Cidade de Gaza nas últimas semanas, em decorrência das ordens de retirada emitidas pelas tropas israelenses.
Na última semana, Israel emitiu alertas de retirada de civis para Khan Yunis, no sul de Gaza, afirmando que os moradores receberiam comida, cuidados médicos e abrigo. A área designada seria uma “zona humanitária”, segundo o porta-voz militar israelense Avichay Adraee.
O Exército realiza intensos bombardeios contra a cidade há semanas, avançando pelos subúrbios e, no início deste mês, a ofensiva estava a poucos quilômetros do centro. Alguns moradores afirmaram que se recusam a ser deslocados novamente, também pela incerteza sobre segurança em outros locais do território palestino.