BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em viagem aos Estados Unidos para participar da Assembleia-Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve participar da abertura da Semana do Clima de Nova York.

Lula será copresidente do evento de alto nível pela ação climática, ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres. O discurso na Assembleia-Geral ocorre na próxima terça-feira (23).

Espera-se que neste evento os países apresentem suas novas NDCs, as metas de descarbonização a que cada país se compromete perante a ONU. Esses documentos deveriam ter sido divulgados no início do ano, mas até agosto nem 30 países o tinham feito -o Brasil foi um dos primeiros.

As NDCs são especialmente importantes neste ano, porque as Nações Unidas precisam delas para elaborar um relatório geral sobre metas climáticas, que será fundamental para as negociações da COP30, a conferência de clima da ONU que ocorrerá em Belém (PA), em novembro.

Lula também deve participar de um evento sobre adaptação climática, que será focado em fortalecer esta pauta dentro do debate ambiental mundial.

Também está prevista sua participação em um evento temático sobre florestas, no qual ele deve tentar mobilizar apoio para o TFFF, sigla em inglês para o Fundo Florestas para Sempre, idealizado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O TFFF é uma das principais apostas do país para tentar mobilizar recursos para preservação da Amazônia e outros biomas.

Diferentemente de mecanismos tradicionais, este não funciona apenas à base de doações, mas se propõe a ser um fundo de investimento que dê retorno aos seus acionistas, de acordo com taxas praticadas pelo mercado.

A expectativa do Brasil é tornar o fundo operacional até a COP30, mas para isso precisa conseguir levantar pelo menos US$ 25 bilhões (R$ 132,8 bilhões).

Além da pauta climática, em sua viagem aos EUA, Lula focará na Assembleia-Geral da ONU em agendas sobre a questão palestina e a defesa da democracia e dos organismos multilaterais.

Todas essas pautas são pontos de forte divergência com as posições do presidente dos EUA, Donald Trump. O americano é o principal aliado de Israel na ofensiva na Faixa de Gaza, critica instituições internacionais e adota políticas para esvaziar o combate ao aquecimento global.