SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O vice-presidente J. D. Vance substituiu Charlie Kirk e apresentou o podcast do ativista nesta segunda-feira (15), prometendo uma ampla retaliação contra a esquerda no país após a morte do influencer trumpista, baleado no pescoço durante evento na Universidade do Vale do Utah na última quarta (10).

Em uma prova incontestável da influência de Kirk no movimento trumpista e no governo americano, Vance, que foi identificado no podcast como “amigo pessoal de Charlie Kirk”, falou direto do escritório da Vice-Presidência americana, na Casa Branca —e disse que o influenciador foi diretamente responsável pela vitória de Donald Trump nas eleições de 2024.

“Ele amava a América, se dedicava incansavelmente a tornar nosso país um lugar melhor. Ele teve um papel crucial na eleição de Donald Trump, na minha eleição como vice-presidente, e muito do nosso sucesso no governo nos últimos sete meses é graças aos esforços dele”, afirmou Vance.

Em entrevistas com membros do governo, Vance falou em responsabilizar “aqueles que incitam violência” e citou a Fundação Ford e a Open Society Foundations, do bilionário George Soros, como responsáveis por justificar a morte de Kirk ao financiar a revista The Nation.

Um artigo publicado no veículo na última sexta-feira (12) intitulado “O legado de Charlie Kirk não merece luto” afirma que o influenciador era “um racista, transfóbico, homofóbico e misógino inveterado que disfarçava seu ódio com versos da Bíblia porque não havia outra maneira de fingir que ele era moralmente correto. Ele tinha filhos, assim como muitas pessoas torpes”.

Ao longo do programa, que durou duas horas, o vice-presidente entrevistou membros do primeiro escalão do governo Trump, como o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., e a chefe de gabinete, Susie Wiles, sobre Kirk e as consequências de seu assassinato.

Quando conversou com o assessor sênior Stephen Miller, responsável pela campanha anti-imigração de Trump, Vance perguntou: “como podemos evitar que essa violência crescente vinda da extrema esquerda se torne cada vez mais comum?” —o motivo do principal suspeito, Tyler Robinson, para o crime ainda não está claro.

Miller respondeu: “Nós vamos concentrar toda a raiva que estamos sentido dessa campanha organizada que levou ao assassinato [de Kirk] e vamos usá-la para desmontar essas redes terroristas.” As autoridades policiais americanas afirmam que Robinson teria agido sozinho. “Os protestos violentos organizados, a violência nas ruas, as campanhas organizadas de demonização e mensagens que incitam violência e as células organizadas que cometem violência —trata-se de um movimento doméstico terrorista vasto”, disse Miller, sem especificar a que incidentes se referia.

Vance também conversou com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que se identificou como “uma conservadora da geração Z” e falou a respeito de seu envolvimento na faculdade com a Turning Point USA, a organização da juventude de direita criada por Kirk nos EUA. Em determinado momento, o vice-presidente disse a Leavitt, rindo: “alguns desses estudantes universitários [com quem Kirk debatia] fazem perguntas muito melhores do que os radicais na sala de imprensa da Casa Branca”, em referência aos jornalistas.

Ao abrir o programa, Vance disse que “os últimos dias foram muito difíceis para esse país, para mim, para as incontáveis pessoas aqui na Casa Branca que conheciam e amavam Charlie Kirk, e principalmente, para sua querida esposa Erika e seus dois lindos filhos”. O vice-presidente viajou para o Utah, onde Kirk morreu, e acompanhou o caixão até o Arizona, seu estado natal.

“Charlie era o agente político mais inteligente que eu conheci. Ele era o cara que levava a mensagem conservadora a lugares hostis e inspirou gerações mais jovens a ter coragem”, disse o vice-presidente, em referência àquela que era a principal atividade de Kirk: visitar campi universitários em todo o país e debater agressivamente com estudantes de esquerda, produzindo vídeos que acumulavam centenas de milhares de visualizações.

“Quando os jovens conservadores tinham medo de falar abertamente, tinham medo do que um professor universitário ia dizer, de que seus colegas gritariam com eles, Charlie estava lá, mostrando que poderiam ter coragem e ousadia”, afirmou Vance, que concluiu seu discurso dizendo que a “lição mais valiosa” que Kirk deixou é a de “ter fé e ser ousado em como glorificamos Deus”.