SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O goleiro do Santos, Gabriel Brazão, sofreu uma séria lesão neste domingo (14), no jogo contra o Atlético Mineiro. Em uma dividida, levou uma joelhada de Igor Gomes, desmaiou em campo e ficou com um galo evidente na testa. Ele tentou voltar a jogar, mas, devido a tonturas, saiu de ambulância.

Uma pancada na cabeça pode causar concussão cerebral, um tipo de trauma cranioencefálico que apresenta sintomas como dor de cabeça, dificuldade de concentração, sensibilidade a barulhos, tonturas, insônia e alterações visuais. Na maioria dos casos, esses sinais desaparecem em dias ou semanas.

É importante avaliar o nível de consciência de quem se machucou. Fazer perguntas básicas (nome, idade, mês, ano e local), além de observar se consegue abrir e fechar os olhos e mover braços e pernas mediante comandos simples.

Brazão desmaiou, recobrou a consciência rapidamente, mas relatou tontura — sinal de alerta após o choque. É fundamental observar sintomas como:

– desorientação ou confusão mental;

– náuseas e vômitos;

– persistência da tontura;

– dor de cabeça intensa ou progressiva;

– perda de força ou formigamento;

– alterações visuais (visão turva, dupla, perda parcial do campo visual ou cegueira);

– dificuldades na fala ou compreensão;

– crises convulsivas;

– falta de coordenação motora ou equilíbrio;

– saída persistente de líquido claro ou sanguinolento pelo nariz ou ouvido.

A maioria das pancadas não causa problemas graves. No entanto, quando ignoradas, podem resultar em sequelas neurológicas permanentes e até em morte cerebral.

Nas redes sociais, Brazão tranquilizou os torcedores, dizendo que estava bem e que tudo não passou de um susto.

PROTOCOLO DE CONCUSSÃO NO FUTEBOL BRASILEIRO

A CBF apresentou para a FIFA um estudo sobre lesões no futebol para justificar a aplicação do protocolo no futebol brasileiro. A entidade mapeou as lesões em 2024 durante a série A, B e futebol feminino. Com metodologia única, foram analisados cerca de três mil atletas durante nove meses.

Estudo foi reconhecido. Após a apresentação, a Comissão Médica da FIFA convidou a CBF para participar do estudo global de lesões no esporte.

Desde julho de 2024, os times ganharam uma substituição extra em casos de concussão em campo, além das cinco já previstas nas regras. A troca é feita quando o médico identifica sintomas compatíveis com concussão — como tontura e confusão mental —, mesmo sem sangramento.

Para autorizar a substituição, o médico entrega à arbitragem um cartão vermelho (e não branco). Nesse caso, o time adversário também tem direito a uma substituição adicional, totalizando seis.

Após o jogo, o clube precisa comunicar a CBF por meio de relatório, informando o diagnóstico, a evolução clínica e a previsão de retorno do atleta. O documento é avaliado pela Comissão Médica da entidade, que verifica se todos os procedimentos foram cumpridos corretamente.

Desde fevereiro de 2025, o protocolo também passou a valer para jogos da Copa do Brasil.

Com informações de reportagens de fevereiro de 2024, abril de 2024 e fevereiro de 2025