Da Redação
O Mercosul dará um movimento decisivo em sua inserção internacional nesta terça-feira (16), quando assina no Rio de Janeiro um tratado de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). O anúncio foi confirmado pelo Ministério das Relações Exteriores, durante a reunião de chanceleres do bloco, sob comando do ministro Mauro Vieira.
O pacto encerra sete anos de negociações, iniciadas em 2017, em Buenos Aires, e que passaram por 14 rodadas até a conclusão do texto final em julho deste ano. A EFTA é integrada por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein — países que, embora tenham população somada de apenas 15 milhões de habitantes, figuram entre os mais ricos do planeta, com PIB conjunto de US$ 1,4 trilhão.
Segundo o Itamaraty, o entendimento vai além da abertura de mercados. Representa também a modernização dos mecanismos de integração do Mercosul, a ampliação de parceiros estratégicos e o fortalecimento da união aduaneira. A chancelaria brasileira ainda destacou que a presidência temporária do Brasil no bloco tem trabalhado para consolidar o ingresso pleno da Bolívia.
Com o acordo, o Mercosul se conecta a economias altamente desenvolvidas e com grande poder de consumo. Liechtenstein e Suíça, por exemplo, estão entre os países de maior renda per capita do mundo, com US$ 186 mil e US$ 104,5 mil anuais, respectivamente. Islândia e Noruega também se posicionam no topo global.
A expectativa é que a parceria crie novas oportunidades de comércio e investimento, projetando o Mercosul como um ator mais competitivo em um cenário internacional marcado por disputas comerciais e instabilidade econômica.