SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Dono de revistas como Rolling Stone, Billboard e Variety, o grupo de mídia Penske processou o Google por usar as suas reportagens em resumos de IA (inteligência artificial) sem consentimento e reduzir o tráfego nos seus sites.

O processo foi aberto na última sexta-feira, no tribunal federal de Washington D.C., nos EUA. A Penske foi a primeira grande editora norte-americana a entrar na Justiça contra o Google por causa dos resumos de IA exibidos no topo dos resultados de pesquisas.

Penske diz que o Google só inclui seus artigos em resultados de pesquisa se puder usá-los nos resumos de IA. A empresa de mídia afirma que o Google teria que pagar direitos autorais para republicar ou usar os seus conteúdos no treinamento de sistemas de IA.

A editora diz também que a Alphabet se aproveita de monopólio para impor suas próprias regras. Uma decisão de um tribunal federal dos EUA no ano passado apontou que cerca de 90% das buscas online no país são feitas pelo Google.

As receitas com tráfego nos sites das revistas despencaram. De acordo com a companhia, cerca de 20% das pesquisas que mostram seus sites nos resultados também disponibilizam resumos de IA. A empresa diz que sofreu queda de mais de um terço da receita com resultados de pesquisas em 2025, comparado ao ano passado.

O Google alega que resumos de IA melhoram experiência do usuário

Além disso, a gigante de tecnologia afirma que o sistema de IA leva usuários para maior variedade de sites. “Com a AI Overview, as pessoas consideram a busca mais útil e a utilizam mais, criando novas oportunidades para a descoberta de conteúdo”, disse o Google em resposta à ação judicial. “Nos defenderemos contra essas alegações infundadas”, disse José Castaneda, porta-voz do Google.