RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O agravamento da saúde de Bruce Willis, 70, que recebeu o diagnóstico de demência frontotemporal (DFT), continua a sensibilizar fãs e colegas de profissão. Em entrevista à Fox News Digital, Emma Heming Willis, 47 esposa do ator, relembrou episódios marcantes dos anos anteriores ao diagnóstico e revelou que um acidente durante as gravações de “Duro de Matar” (1988) pode ter desencadeado um dos primeiros sintomas irreversíveis: a perda auditiva.
Segundo Emma, Bruce não utilizou proteção adequada ao filmar uma cena debaixo de uma mesa, o que lhe causou danos severos em um dos ouvidos. “Isso tirou grande parte da audição dele. Com o tempo, todos nós percebemos que ele não ouvia bem. No começo, achei que fosse apenas a idade”, contou.
Durante muito tempo, família e amigos atribuíram suas dificuldades de comunicação a essa sequela. Até mesmo suas filhas com Demi Moore, Rumer e Tallulah, chegaram a comentar publicamente sobre o problema, associando a lentidão nas respostas à perda auditiva provocada pelo filme. “Tudo começou com uma indiferença vaga, que a família atribuía à perda de audição: ‘Fale mais alto! Duro de Matar estragou os ouvidos do papai!'”, recordou Tallulah em entrevista à Vogue em 2023.
SINAIS INICIAIS
No livro recém-lançado “Emma e Bruce Willis: A Jornada Inesperada”, Emma descreve os primeiros indícios de que havia algo além da surdez. O afastamento em encontros familiares, a dificuldade em manter conversas fluidas e o retorno da gagueira da infância chamaram sua atenção.
“Nossas conversas já não fluíam, nosso relacionamento parecia diferente”, escreveu. Inicialmente, ela pensou se tratar do processo natural de envelhecimento, mas logo percebeu que havia algo mais sério. Hoje, reconhece que a falta de empatia foi um dos primeiros sinais da DFT, doença rara que costuma atingir pessoas mais jovens e que, no caso de Willis, foi confirmada após o diagnóstico prévio de afasia. O ator recebeu dos médico o diagnóstico de demência frontotemporal (DFT), em fevereiro de 2003.
Desde a revelação da condição em 2022, Emma tornou-se cuidadora integral e porta-voz da conscientização sobre a demência frontotemporal. “Se eu soubesse o que era DFT, teria agido de forma diferente. Mas ninguém te prepara para isso”, declarou. O casamento de Bruce Willis e Emma Heming foi nas Ilhas Turcas e Caicos, em 2009, dois anos depois de se conhecerem.
Recentemente, veio à tona que o ator foi transferido para uma clínica especializada, com atendimento médico 24 horas. “Foi uma das decisões mais difíceis que já tomei, mas sabia que Bruce gostaria que nossas filhas fossem priorizadas”, disse Emma à ABC News, durante a divulgação do livro.
Hoje, com agravamento de quadro de demência frontotemporal, Willis recebe visitas regulares das filhas Mabel (13) e Evelyn (11), além das mais velhas, fruto do relacionamento com Demi Moore. Para a família, o objetivo é manter um ambiente emocional saudável, preservando a memória e a dignidade do ator, que se tornou um dos maiores ícones de Hollywood.