SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu a suspensão do show de Leonardo em Teresópolis, previsto para acontecer no dia 21 como atração do festival Feport. A prefeitura da cidade pagaria R$ 800 mil pela apresentação.
Segundo o MP, o município de Teresópolis decretou recentemente estado de calamidade financeira, com dívidas de aproximadamente R$ 700 milhões. Em nota publicada no site do MP-RJ, o órgão aponta ainda atrasos em salários de servidores públicos e de repasses a hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde, o SUS.
“Não se trata de impedir manifestações culturais, mas de coibir gastos desproporcionais enquanto serviços básicos permanecem desassistidos”, disse o promotor Rafael Luiz Lemos de Sousa, que recebeu a ação do MP.
Em nota publicada em seu Instagram, a prefeitura de Teresópolis afirma que o município não se encontra em estado de calamidade financeira. “O decreto que tratava desse tema teve vigência limitada e encerrou-se”, diz a nota.
“Quanto ao cachê do artista Leonardo, trata-se de valor totalmente compatível com a média praticada no mercado para artistas de mesmo porte, relevância e popularidade”, afirma ainda a prefeitura. “A Feport 2025 é promovida em colaboração com o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, e com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da FUNARJ. Estas parcerias viabilizam o evento e garantem a absorção da maior parte dos custos.”
Procurado pela reportagem, o cantor Leonardo não se manifestou até a publicação dessa matéria.
O MP pediu a suspensão imediata do show. O município deverá informar, no prazo de 24 horas, todos os gastos para a realização do festival, diz ainda a nota publicada no site do órgão.
Em julho, um caso semelhante aconteceu em Tabatinga, município a 1.110 quilômetros de Manaus, quando o MP do Amazonas pediu o cancelamento do show de Wesley Safadão previsto para ocorrer no oitavo Festival das Tribos do Alto Solimões.