SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de 20 pessoas que moravam em barracos construídos com madeira na calçada junto ao cemitério São Luiz, na zona sul de São Paulo, foram retiradas de lá para dar lugar a jardineiras.

Segundo Subprefeitura M’Boi Mirim, a ação de desfazimento de ocupação irregular aconteceu na última terça-feira (9) e nela foram recolhidos apenas objetos fixos que comprometem a circulação, como camas, sofás e camas, desde que não fossem de uso pessoal.

Após a retirada, o grupo em situação de rua improvisou barracas de lona e plástico e se instalou do outro lado da rua Antônio Ramos Rosa. Uma mulher abrigada ali e que vivia em um dos barracos há cinco anos relatou que eles foram avisados por uma assistente social da retirada e, pouco tempo depois, as equipes da Prefeitura de São Paulo chegaram.

Ela ainda diz que, apesar de os moradores não terem oferecido resistência, policiais militares aparentemente com pressa usaram spray de pimenta para retirá-los mais rápido do barraco. A Secretaria da Segurança Pública do estado disse que não localizou registros da ocorrência pelas polícias Civil e Militar.

Um outro morador dos barracos desfeitos contou que havia pessoas que estavam havia 15 anos nas construções junto ao muro. Ele, que vive ali há dois, disse que não teve problemas durante a retirada, mas ressaltou que os policiais costumam ser “ignorantes” com as pessoas ali.

De acordo com a subprefeitura, a ação foi feita em apoio à Velar, responsável pela administração do cemitério, e as equipes da prefeitura deram inicio à revitalização da área. Por sua vez, a concessionária declarou que não realiza retirada de moradores de rua ou intervenções nos espaços públicos no entorno de suas dependências.

A poucos metros dos abrigos improvisados, um morador da comunidade que vende calçados diz que teme que os vizinhos não permitam o grupo retirado fique nas barracas do outro lado da Antônio Rosa Ramos.

De acordo com a gestão Ricardo Nunes (MDB), equipes da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) estiveram no local para prestar atendimento, ofertando encaminhamentos para os serviços de acolhimento na rede socioassistencial, porém não houve aceitação. Uma nova visita será realizada no local para retomar as tentativas de abordagem.