SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Empresária foi encontrada morta dentro de casa, em Governador Valadares (MG), com sinais de violência. De acordo com a Polícia Militar, dois homens teriam fingido ser entregadores para entrar na residência. O crime ocorreu na quarta-feira, e os homens suspeitos do assassinato foram presos nesta sexta-feira (12).

QUEM ERA A VÍTIMA

Ingrid Emanuelle Santos, 37, tinha uma loja virtual de semijoias. Ela costumava divulgar seus produtos em publicações nas redes sociais. Antes de começar a empreender, a mulher trabalhava para uma agência de regularização de cidadania de imigrantes portugueses que vinham para o Brasil.

Ingrid deixa uma filha de 3 anos, que estava na creche no momento do crime. “Eram só as duas, muito grudadas. Nessas duas primeiras noites, todos os dias, ela chorou querendo a mãe, chamando por ela o tempo todo”, contou ao UOL uma das irmãs da vítima que preferiu não ser identificada. A família descreve Ingrid como uma “mãe maravilhosa”, que “vivia para a menina”.

Ingrid estava separada do ex-companheiro, pai da filha dela, desde janeiro. A irmã de Ingrid relata que a relação era turbulenta e marcada por “idas e vindas”, até que a mulher decidiu encerrar definitivamente a relação com o marido no início do ano.

Ela “vivia a fase mais feliz” da vida depois da separação. Ainda segundo a irmã, ela era conhecida por ser muito “simpática, alegre, divertida e descontraída”. “Meu filho até costumava falar que ela não crescia, era muito brincalhona”, diz.

O QUE ACONTECEU

Ingrid foi encontrada morta após ter sido amarrada e degolada. O caso ocorreu por volta das 15h da última quarta-feira no bairro Parque Olímpico.

Dois criminosos teriam fingido fazer uma entrega e entraram em sua casa. Segundo a Polícia Militar, eles chegaram juntos em uma moto usando capacete e bolsa de entregador, atacaram a vítima e fugiram logo em seguida.

Família estranhou que Ingrid não respondia às mensagens e ligações. “Então decidi ir lá na casa dela. Chegando lá, o carro dela estava na porta e a casa toda escura, eu fiquei muito assustada. Aí olhei por baixo do portão e vi que ela estava caída”, contou a irmã.

A PM foi acionada e iniciou as buscas pelos suspeitos. A motocicleta usada para o crime foi encontrada próxima ao local onde os suspeitos estavam hospedados na cidade, já que um deles é de Tocantins e o outro do Pará.

Ambos foram presos dentro de um ônibus tentando fugir. Na madrugada desta sexta-feira (12), a Polícia de Goiás interceptou o veículo em Itumbiara (GO) e, com os suspeitos, de 30 e 36 anos, acharam uma arma de fogo, o documento da moto e joias que teriam sido furtadas da mulher.

Policiais investigam agora a motivação do crime e se há um mandante por trás. “Não há nenhuma dúvida de que eles são os autores. Inclusive, informalmente, um deles já até confessou o delito. O que levou a esses dois virem a cometer isso são questões que ainda estão em andamento e em sigilo”, falou o delegado Márdio Bento Costa em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (12).

Os homens responderão por três crimes. São eles: feminicídio, com pena de 20 a 40 anos, praticado por meio cruel e que impossibilitou defesa da vítima; furto qualificado, com pena de dois a oito anos, além de adulteração da placa da moto utilizada no assassinato, com pena de três a seis anos.

EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares. Também é possível realizar denúncias pelo número 180 —Central de Atendimento à Mulher— e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.