SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Última pessoa a fazer uma pergunta a Charlie Kirk antes do assassinato do ativista em Utah, nos EUA, o influenciador Hunter Kozak, 29, afirmou que está sofrendo para lidar com a situação que presenciou.

Homem perguntou a Kirk quantos tiroteios em massa aconteceram nos Estados Unidos recentemente. Na ocasião, o ativista respondeu perguntando “contando ou não a violência de gangues?”.

Kozak, que se considera um progressista, afirmou que tentava provar que a esquerda americana era pacífica, o que classificou como “irônico” após o assassinato. “As pessoas obviamente apontaram para a ironia de que o ponto que eu estava defendendo era como a esquerda era pacífica. Logo antes de ele ser baleado”, comentou.

Ele chegou ao local do crime meia hora antes de Kirk ser baleado e se voluntariou para fazer a pergunta ao conservador. Ao canal americano ABC News, Kozak disse que foi instruído a não tocar no microfone e fazer a pergunta a cerca de três metros de distância do ativista.

Polícia e FBI fizeram perguntas ao influenciador após o crime, informou Kozak. Em entrevista ao canal ABC News, o homem disse que deixou seu contato com um policial que estava na cena do crime e, em seguida, contratou um advogado, que o mediou nas conversas com o FBI e com a polícia. “A impressão que eu tive é de que eles não estavam procurando por mim”, afirmou.

ATIRADOR DEIXOU MENSAGEM EM BALA

“Ei, fascista, pegue isso”, diz uma das mensagens encontradas nos estojos das balas usadas no crime. Segundo o governador de Utah, o republicano Spencer Cox, ao menos outras três mensagens foram encontradas em balas.

Tyler Robinson confessou o crime ao pai, que é um veterano do Departamento do Xerife do Condado de Washington, segundo a polícia. O homem o manteve em custódia com ajuda de um pastor até a chegada da polícia.

Pai também reconheceu o filho nas fotos divulgadas pelas autoridades. Segundo a polícia, o pai do possível atirador entrou em contato com um líder religioso, que ajudou na mediação até a entrega de Tyler.

Presidente dos EUA afirmou que “espera pena de morte” para o caso. “Eles têm pena de morte em Utah e há um ótimo governador lá. Ele é bem favorável à pena de morte neste caso”, afirmou Donald Trump..

RELEMBRE O CASO

Charlie Kirk foi assassinado na quarta-feira, aos 31 anos. Ele foi baleado no pescoço durante um evento na Universidade Utah Valley, em Orem, no estado de Utah (EUA). O influenciador chegou a ser socorrido, mas morreu enquanto passava por uma cirurgia, segundo a CBS.

Confirmação da morte foi feita pelo próprio presidente dos EUA na sua rede social. “O grande, e até mesmo lendário, Charlie Kirk está morto. Ninguém compreendia o coração da juventude dos Estados Unidos da América melhor do que Charlie. Ele era amado e admirado por TODOS, especialmente por mim”, escreveu Trump.

Antes da prisão de Tyler, dois suspeitos foram detidos e liberados após interrogatório. A informação foi confirmada pelo diretor do FBI, Kash Patel, em post no X. Eles foram considerados “pessoas de interesse”, mas não têm qualquer relação com o crime, segundo o FBI.

QUEM ERA CHARLIE KIRK

Ativista político apoiador de Trump era líder do Turning Point USA. A organização mobiliza eleitores jovens em seus eventos em universidades pelos EUA e levou muitos a votarem no Partido Republicano nas eleições do ano passado.

Influenciador conservador acumulava mais de 14 milhões de seguidores nas redes sociais combinadas. O site Axios já o classificou como um dos dez influenciadores do mundo com maior engajamento.

Com 31 anos, era casado e tinha dois filhos. Sua esposa, Erika Kirk, costuma publicar imagens da família em seu perfil no Instagram. Desde o começo do mês ela vinha fazendo uma contagem regressiva para um anúncio relacionado à família, que estava planejado para acontecer no dia 16 deste mês.

Kirk fundou e presidia a Turning Point USA. A organização sem fins lucrativos organiza eventos e atividades em faculdades e escolas de ensino médio defendendo valores conservadores. A Turning Point USA está presente em cerca de 3.500 instituições de ensino em todos os 50 estados do país.

Ele também apresentava o The Charlie Kirk Show. O programa é transmitido em cerca de 150 estações de rádio dos Estados Unidos e também é ouvido como podcast nas plataformas de áudio.