SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou a pena de 27 anos e 3 meses fixada em julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.
“A gente tem respeitar todas as instituições, mas acho que o voto divergente pode nos trazer uma boa reflexão”, declarou, em relação ao voto vencido de Luiz Fux, que defendeu a absolvição.
Em seguida, o prefeito criticou o tamanho da pena. “A falta de uma dosimetria adequada acho que nos traz um alerta sobre o processo todo” disse. “É indiscutível que essa dosimetria não foi respeitada, que tiveram alguns excessos e que agora nos embargos poderão ser suscitados e melhores esclarecidos.”
Ao ser questionado se continua a ser um aliado político de Bolsonaro, Nunes desconversou e disse ser aliado dos “12 milhões de paulistanos”.
O prefeito teve apoio político do ex-presidente durante a campanha de reeleição no ano passado. O partido do ex-presidente foi responsável por indicar o candidato a vice-prefeito, o coronel da Polícia Militar Mello Araújo.
Nesta sexta, Nunes voltou a dizer que é grato a Bolsonaro pelo apoio na campanha. “Se ele fosse candidato, eu votaria nele.”
Mello Araújo, por sua vez, recorreu às redes sociais para prestar apoio ao ex-presidente. Em post desta sexta-feira (12), o coronel defendeu que os senadores não votem outras matérias até a anistia aos acusados na trama golpista ser aprovada.
O prefeito reiterou seus planos de terminar o atual mandato, mesmo diante de especulações de que irá concorrer ao governo paulista caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) saia como candidato à Presidência. “O meu objetivo é concluir o mandato até 2028. Esse é verdadeiramente o meu objetivo” disse ao ser questionado sobre as eleições de 2026.
Pouco antes das declarações, o deputado estadual Fábio Faria de Sá (Podemos) o chamou de governador e substituto de Tarcísio durante evento de lançamento do inventário arbóreo da cidade de São Paulo.