SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem matou a facadas a ex-companheira e a mãe dela em frente à casa dele, em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, na noite de quarta-feira (10), segundo a polícia.
A polícia pediu a prisão preventiva (sem prazo) de Bruno Rocha Campos, suspeito pelo crime, e tenta localizá-lo. Ele teve um relacionamento com Bruna Freitas Santos, 29, com quem teve uma filha, por um ano, mas estavam separados desde janeiro, segundo a investigação.
A reportagem não localizou a defesa de Campos.
Bruna teria ido até a casa do ex-companheiro após ele fazer uma ligação exigindo que ela fosse buscar a filha deles, de quatro meses, sob ameaça de matar a bebê, segundo a polícia. Com medo, Bruna pediu a companhia da mãe, Claudinéia Santos, 54, para ir até o local, na rua Cachoeira do Campo Grande.
Ao chegarem à casa de Bruno, elas teriam sido atacadas por ele, que fugiu do local, segundo a investigação. Feridas, Bruna e a mãe ainda teriam tentado buscar ajuda. Frequentadores de uma adega a cerca de 50 metros da casa do suspeito acionaram a polícia e também o socorro.
Bruna morreu durante o transporte, e a mãe dela, Claudinéia, chegou a ser internada no Hospital Santa Marcelina, mas também não resistiu.
– Raio-X dos assassinatos em SP mostra alta de feminicídios, linchamento e sofrimento das famílias
O caso foi registrado na 8ª Delegacia de Defesa da Mulher, que investiga o caso. De acordo com a polícia, a bebê agora está sob os cuidados da família materna. Bruna e Claudinéia estão sendo veladas na manhã desta sexta-feira (12) na Vila Formosa.
Este não teria sido o primeiro episódio de violência. Ainda grávida, Bruno teria ameaçado atropelar a ex-companheira, segundo a polícia. Na residência do suspeito foram apreendidos a faca que teria sido usada no crime, além de uma escova de dentes de Bruno, para análise de material genético, e uma carabina de pressão.
“Sempre orientamos vítimas [de violência] ou familiares, amigos e pessoas próximas que fiquem atentos aos primeiros sinais, como pequenas lesões, violência psicológica, constrangimento, humilhação e a privação de contato com terceiros, de frequentar trabalho e tentativas reiteradas de ofensa”, disse à Folha a delegada Gabriela Duó, da 8ª Delegacia da Mulher de São Mateus.
A comunicação com a polícia pode levar à concessão de uma medida protetiva, diz a policial, para que, se for o caso, a aproximação leve à prisão do agressor.
“Infelizmente, sabemos que algumas mulheres vivem um ciclo de violência e podem não acreditar que o companheiro possa consumar este tipo de conduta.”
Feminicídios têm registrado alta na capital. De janeiro a julho deste ano, foram 39 vítimas, com alta de 39% ante os 28 óbitos contados no mesmo período de 2024.