BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Nacional da Bolívia e a Polícia Federal brasileira prenderam Juliano Biron da Silva, apontado como um dos chefes da facção Os Manos, considerada a maior organização criminosa do Rio Grande do Sul.

A captura ocorreu na quarta-feira (10), em Santa Cruz de La Sierra. Foragido da Justiça brasileira desde 2024, Biron utilizava documentos falsos para permanecer no país vizinho. A reportagem não conseguiu localizar sua defesa.

Segundo a Polícia Federal, a identificação de Biron pela polícia da Bolívia foi possível graças a informações repassadas pela Polícia Federal por meio do Centro de Cooperação Policial Internacional, no Rio de Janeiro, e do oficial de ligação da corporação na Bolívia.

Biron tinha quatro mandados de prisão em aberto e figurava na lista de difusão vermelha da Interpol. No Brasil, já havia sido alvo de medidas de sequestro de bens avaliados em mais de R$ 120 milhões.

Ele também já havia sido condenado pelo assassinato do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, em Canoas (RS).

O líder da facção Os Manos será entregue em Corumbá (MS) e encaminhado posteriormente a uma penitenciária do Rio Grande do Sul.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, no Rio Grande do Sul não há a presença relevante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do Comando Vermelho, as duas maiores facções criminosas do país.

A primeira tentativa de criação de uma facção no estado ocorreu na segunda metade dos anos 1980. Baseado nos grandes presídios, o grupo adotou o nome de Falange Gaúcha, baseado na Falange Vermelha do Rio de Janeiro, referência distante com a qual não tinha vínculos práticos.

Da Falange surgiram os Manos, mais poderosa facção gaúcha da atualidade. O nome dessa última nasceu de uma brincadeira entre egressos do sistema prisional.

Quando um ex-preso era indagado sobre seu paradeiro, dizia: “Eu estava com os manos”.