SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A morte de milhares de peixes ao longo do Rio Paraopeba, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), nos últimos dias, acendeu um alerta em órgãos ambientais mineiros de possível recontaminação do afluente do Rio São Francisco.
Primeiros registros de espécies mortas foram feitos em 5 de setembro e situação se agravou no início da semana. Segundo divulgado em nota pelo CBH (Comitê da Bacia Hidrográfica) do Rio Paraopeba, vinculado ao governo estadual mineiro, no último dia 9, cardumes inteiros apareceram sem vida ao longo do rio, cujas águas seguiam impróprias para uso desde que foram contaminadas após o rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho, em 2019.
Órgãos suspeitam de contaminação criminosa, mas causa da mortandade ainda é investigada. Nos últimos dias, equipes do CBH e do IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) realizaram coletas emergenciais de peixes, amostras de água e sedimentos, encaminhadas a análises laboratoriais. De acordo com a Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), agentes da pasta, do IEF (Instituto Estadual de Florestas) e da Polícia Militar de Meio Ambiente também estão em campo para investigar as possíveis causas para o ocorrido.
“Já pedi toda a urgência aos laboratórios para que as análises se iniciem o quanto antes, para que possamos identificar o verdadeiro criminoso e punir ao rigor da lei”, disse Heleno Maia, presidente do CBH do Rio Paraopeba, em vídeo divulgado no Instagram.
Carcaças também foram recolhidas ao longo do rio para minimizar riscos de contaminação à população. Em uma publicação nas redes sociais, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, Heleno Maia, alertou a população local a não consumir os peixes mortos.
“Alerto a todos a não consumirem esses peixes, pois ainda não sabemos quais substâncias químicas foram despejadas ao longo do rio Paraopeba para causar essa mortandade. O consumo dessas espécies pode trazer sérios prejuízos à saúde pública”, disse Heleno Maia, presidente do CBH do Rio Paraopeba.
Mortandade iniciou na foz do Rio Betim e chegou até Esmeraldas, na Grande BH, segundo o CBH. Em nota, a prefeitura de Esmeraldas, divulgou que também acionou equipes estaduais e municipais para apurar a situação e que, até o momento, não há confirmação comprovada de contaminação dentro dos limites do município. A administração municipal ressaltou, porém, que “o problema se estende ao longo do rio em diferentes localidades”.
Órgãos ambientais não informaram quantas e quais espécies foram encontradas mortas. O texto será atualizado no caso de eventuais retornos e atualizações.
Medidas para mitigar impactos socioambientais serão definidas a partir dos resultados das investigações, segundo a Semad. A pasta estadual ressaltou que seguirá realizando “monitoramento contínuo” da região por meio dos órgãos competentes. “O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos reforça seu compromisso com a proteção dos recursos hídricos e a preservação ambiental, e poderá disponibilizar outras informações, conforme o andamento dos trabalhos no local”, concluiu em nota.