SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Câmara Municipal de São Bernardo do Campo rejeitou, na sessão ordinária de quarta-feira (10), um pedido de impeachment do prefeito da cidade, Marcelo Lima (Podemos). Ele está afastado do cargo desde 14 de agosto e foi denunciado pelo Ministério Público por liderar um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura.
O pedido foi apresentado pelo PSOL de São Bernardo do Campo ainda em agosto. Na sessão de quarta, a Câmara rejeitou o pedido por unanimidade, com votos inclusive do PT e do PL. Por ser presidente em exercício da Câmara após o afastamento do então presidente, Danilo Lima (Podemos), a vereadora Ana Nice (PT) não votou.
Em publicação nas redes sociais, o diretório do PSOL em São Bernardo do Campo chamou o episódio de “vergonha”. “Continuaremos na luta pela cassação da chapa. Por uma São Bernardo justa, democrática e popular”, dizia o texto da mensagem.
A Folha de S.Paulo procurou o prefeito afastado Marcelo Lima por meio de sua defesa, mas não teve resposta até a publicação deste texto.
Segundo a denúncia, Lima seria o líder da organização criminosa montada para obter benefícios a partir de contratos de empresas com o município e com a Fundação ABC.
Ele seria o responsável, sempre de acordo com a denúncia, por determinar operações como pagamento de contas pessoais e transferências via Pix para outros envolvidos no esquema, além de fazer um controle do fluxo de dinheiro, exigindo previsões sobre as entradas e saídas.
Também teria influência para negociar a nomeação em cargos públicos, como fez, segundo a investigação, para a lotação de sua própria mulher, Rosangela dos Santos Lima Fernandes, e do principal operador do esquema na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
Reportagem da Folha de S.Paulo também mostrou que uma das filhas do prefeito afastado havia sido nomeada, no dia da operação da PF, no gabinete da deputada estadual Carla Morando na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).