SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A abertura da ExpoCristã, no dia que pode selar maioria no STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento de Bolsonaro e mais sete réus na trama golpista, ganhou voltagem política.

O bispo Robson Rodovalho, da igreja Sara Nossa Terra, falou sobre “noites escuras” das quais “o Brasil vai sair mais forte”. Ele discursou nesta quinta (11), na cerimônia que inaugurou a feira voltada ao público evangélico. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), estava ao seu lado.

“Hoje e amanhã serão dias muito ansiosos”, afirmou Rodovalho, aludindo à reta final do julgamento que deve condenar o ex-presidente a prisão. Ele questionou “quem não passou por noites escuras” e, ao anunciar o Hino Nacional, disse que “o Brasil precisa disso”, nesta temporada de “tribulações”.

Leu no celular a letra do hino, executado para uma plateia que incluiu outros peixes grandes do segmento evangélico do país, como o casal Estevam e Sonia Hernandes, da Renascer em Cristo, a cantora Sula Miranda e o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), presidente da bancada evangélica.

Quando a palavra passou para ele, o apóstolo Estevam concordou com Rodovalho sobre “o Brasil passar por um momento muito difícil”. Que ninguém ali desanimasse.

“Mas há promessas sobre esta nação. Nós não desistiremos jamais, continuaremos, e nós veremos a boa mão do Senhor estendida, porque Davi falou no Salmo 33, versículo 12: feliz é a nação cujo Deus é o Senhor.”

Mais cedo, a jornalistas Nunes havia sugerido que ministros do STF tenham “coração mais amolecido” para julgar Bolsonaro, acusado de comandar uma trama golpista após perder a eleição de 2022 para Lula (PT).

Também contemporizou o tom bélico adotado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra o ministro Alexandre de Moraes, chamado de tirano.

Disse que, “em algumas situações, as pessoas acabam perdendo um pouco as estribeiras de tanto tentar, tentar” a “pacificação” do país. Seria o caso de Tarcísio, na sua avaliação.

Bolsonaro e os outros sete acusados são julgados pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.

Os demais réus são Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin e deputado federal; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional); Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa; e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.