(UOL/FOLHAPRESS) – Três décadas de viagens, títulos, desafios e superação. Aos 49 anos, Neymara Carvalho segue escrevendo capítulos inéditos na história do bodyboarding.
Pentacampeã mundial e dez vezes campeã brasileira, a capixaba comemora em 2025 seus 30 anos no Circuito Mundial uma jornada marcada pela resiliência, paixão e, agora, pela experiência única de ter a própria filha como adversária.
TRAJETÓRIA
Neymara começou a competir profissionalmente em 1994, estreou no Mundial no ano seguinte e, depois de oito temporadas de espera, levantou o troféu pela primeira vez em 2003.
Vieram ainda o bicampeonato em 2004 e mais três títulos consecutivos entre 2007 e 2009. Mesmo grávida, ela competiu até os cinco meses de gestação e retornou pouco depois, em uma carreira que nunca deixou de lado o alto rendimento.
“Esperar tanto tempo para ser campeã mundial foi difícil, mas foi um grande aprendizado. Eu observava as brasileiras que venceram antes de mim e entendia como precisava treinar, me portar e evoluir. Tudo o que me tornei devo a esse aprendizado”, afirma Neymara.
Mais do que os títulos, ela se tornou referência fora d’água. Há 20 anos fundou o Instituto Neymara Carvalho, em Barra do Jucu (ES), que já atendeu mais de 4 mil jovens com projetos sociais ligados ao esporte.
DE ÍDOLO A RIVAL
Desde 2024, Neymara vive um desafio inédito: enfrentar a filha, Luna Hardman, de 19 anos, bicampeã mundial Pro Junior e uma das promessas da nova geração.
A relação entre mãe e filha ganhou contornos de rivalidade dentro do mar, mas sem perder o vínculo de admiração.
“É uma experiência linda, mas também muito difícil. Deixar o papel de mãe de lado para encarar minha filha como adversária é um dos maiores desafios da minha carreira — e também um dos mais gloriosos”, diz a atleta.
Luna, por sua vez, garante já ter aprendido a dividir as funções.
“Na hora da bateria, consigo diferenciar bem o afeto da competição. Ela é um exemplo para todas as meninas do mundo, e competir contra minha mãe só me ajuda a evoluir”, afirma.
AINDA EM ALTO NÍVEL
A temporada de 2025 mostra que Neymara continua competitiva. Ela disputou etapas no Marrocos e no Chile e, em setembro, conquistou o terceiro lugar em Sintra, Portugal.
Agora, volta ao Espírito Santo para mais uma edição do Wahine Bodyboarding Pro, etapa brasileira do Mundial, que ela também ajuda a organizar.
Trinta anos depois da primeira viagem ao Havaí, Neymara segue colecionando pódios e inspirando gerações.
Sou imensamente grata por cada onda, cada título e, acima de tudo, por cada pessoa que fez parte dessa trajetória. O bodyboarding me ensinou resiliência e paixão. Sigo com amor e gratidão pelo esporte que transformou minha vida.