SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A normalização da linha 4-amarela do metrô de São Paulo segue sem previsão. Na manhã da última terça-feira (9), um trem descarrilou e partiu ao meio. O incidente ocorreu entre as estações Vila Sônia e Morumbi.
Segundo a concessionária ViaQuatro, responsável pela gestão da linha, durante inspeção na via foi constatado que alguns equipamentos acabaram danificados após o descarrilamento e precisarão ser substituídos por peças importadas.
Durante o período de reparos, os trens trafegam em via única no trecho entre as duas estações, com velocidade reduzida e intervalos maiores.
“As equipes de manutenção seguem totalmente dedicadas a concluir os reparos no menor prazo possível”, diz a concessionária.
Vídeos gravados por passageiros mostram o último vagão afastado do restante da composição. Havia muitos destroços espalhados. As pessoas tiveram de andar pelos trilhos até a estação Vila Sônia.
Um dos equipamentos avariados é de sinalização de via, responsável pelo controle do fluxo das composições -a linha 4-amarela é automatizada e não conta com operadores nos trens. A peça terá de ser importada da França.
Na operação, cada trem conta com duas pequenas antenas que trocam informações durante o trajeto com unidades de rádio ao longo da via. O problema seria nessas antenas. O sistema é chamado de CBTC (Communication Based Train Control ou controle de trem baseado em comunicação).
Os trilhos são divididos em circuitos de via que se comunicam. A troca permanente de sinais permite que, no caso de uma falha, um trem não se aproxime do local.
O vagão que se soltou foi recolocado nos trilhos por volta das 18h30 de terça-feira. As causas do descarrilamento ainda estão sendo apuradas.
Segundo a ViaQuatro, durante a operação provisória, no horário de pico (das 6h às 10h e das 15h às 20h), nove ônibus que prestam serviço para a concessionária entre Taboão da Serra e o terminal Vila Sônia continuarão com trajeto estendido até a estação Morumbi e vice-versa, como complemento ao transporte sobre trilhos.
Também há dez ônibus do sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) para atender aos passageiros entre as estações São Paulo e Vila Sônia.
A concessionária diz ainda que nos horários de pico há viagens intercaladas, com um trem entre as estações Morumbi e Luz e um de Vila Sônia até a Luz para garantir melhor fluxo no trecho com maior demanda.
A empresa diz ter reforçado o número de funcionários nas estações com mais 40 pessoas e que há fechamento de acessos e direcionamento de passageiros conforme a demanda em cada estação.
O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai notificar a concessionária para cobrar informações sobre o incidente.
Em nota, a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), responsável pela fiscalização das linhas de metrô sob concessão, disse acompanhar a ocorrência e o trabalho de normalização, assim como as medidas que adotadas para reestabelecimento do serviço.
A agência é quem vai notificar a ViaQuatro. Após análise do relatório técnico, poderá será aplicada penalidade à concessionária.
A Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) deve discutir nos próximos dias a convocação de representantes da Artesp e da ViaQuatro para cobrar esclarecimentos sobre o descarrilamento.