BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A PF (Polícia Federal) prendeu na noite desta terça-feira (9) George Washington de Oliveira Sousa, condenado por planejar o atentado a bomba em um caminhão de combustíveis perto do aeroporto de Brasília, na véspera de Natal em 2022.

Contra ele, havia um mandado de prisão expedido em junho deste ano por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, George foi localizado na rua, por volta das 20h15, enquanto andava de bicicleta acompanhado de um familiar.

“A prisão foi mérito do trabalho da equipe do setor de capturas, da Diretoria de Polícia Administrativa da Polícia Federal. O preso foi apresentado à delegacia da Polícia Civil para as formalidades legais e encaminhamento ao sistema prisional”, disse.

George e Alan Diego dos Santos Rodrigues foram condenados por expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outro, mediante colocação de dinamite ou substância de efeitos análogos, além de causar incêndio em combustível ou inflamável. Os dois estão presos.

George ainda foi condenado por porte ilegal de arma de fogo e artefato explosivo ou incendiário.

Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, eles se conheceram no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

O objetivo deles, segundo as investigações, era cometer algum crime que pudesse causar comoção social e instigar um golpe militar. George Washington saiu do Pará no dia 12 de novembro de 2022 com armas, munição e dinamites. No dia 23 de dezembro daquele ano, o grupo elaborou o plano do dia seguinte.

George Washington montou a bomba e Alan Diego colocou o artefato embaixo do caminhão de combustível. A explosão acabou frustrada porque o motorista do caminhão desconfiou e acionou a polícia. O veículo estava carregado de querosene de aviação e tinha capacidade para 60 mil litros.

Em 2023, quando convocado pela CPI do 8 de Janeiro como investigado, ele compareceu à sessão, mas decidiu não responder às perguntas que pudessem comprometê-lo.

Em um dos raros momentos em que resolveu falar, George Washington afirmou que esteve várias vezes no acampamento em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, mas disse que “não seria louco de colocar um artefato” em um caminhão.

“Há 37 anos da minha vida eu trabalho dentro de empresas de caminhão-tanque de petróleo, de garagem, de transporte de combustível naval. […] Há 37 anos praticamente no mesmo ramo, eu não seria louco de colocar um artefato, um explosivo em cima de um caminhão. Jamais”, disse ele, na ocasião.