SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Os protestos que tomaram as ruas do Nepal resultaram na morte de Rabi Laxmi Chitrakar, esposa do ex-primeiro-ministro do Nepal Jhalanath Khanal.
A mulher morreu após ter a casa incendiada por manifestantes durante protestos no país. Segundo informações do jornal Khabar Hub, Chitrakar estava em casa, no bairro de Dallu, na capital Katmandu, quando o local foi incendiado.
Chitrakar ficou cercada pelas chamas e chegou a ser resgatada, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Vídeos publicados nas redes sociais mostram a mulher caída no chão, com queimaduras pelo corpo, sendo atendida por equipes de socorro.
Ainda não há informações sobre se algo aconteceu com seu marido, Jhalanath Khanal, de 75 anos. Além da casa de Jhalanath, a casa do premiê mais recente do país, Sharma Oli, que renunciou nesta terça-feira (09), também foi incendiada.
Sua última aparição foi na segunda-feira (08) no Facebook propondo alternativas para estabelecer a paz no país. No post, Khanal condenou a repressão violenta aos protestos pacíficos da juventude contra a corrupção e o bloqueio das redes sociais. Ele exigiu a renúncia do primeiro-ministro e propôs uma nova direção política voltada à democracia, justiça e desenvolvimento
Khanal foi premiê do país no ano de 2011, mas renunciou no mesmo ano por não conseguir aplicar um processo de paz nacional nem formar um governo estável. Khanal havia apresentado sua renúncia ao presidente nepalês após o fracasso de suas negociações com os líderes dos outros partidos.
Desde 2021 servia como líder do Partido Comunista Unificado Socialista do Nepal. A legenda é uma dissidência do Partido Comunista Unificado Marxista-Leninista e foi criada em 2021.
PROTESTOS DEIXARAM MAIS DE 20 MORTOS
O número de mortos nos protestos desta semana subiu para 25 nesta quarta-feira (10). Segundo o Ministério da Saúde do Nepal, outras 633 pessoas ficaram feridas.
O prédio principal do parlamento do país foi invadido e incendiado por manifestantes. Em alguns dos protestos, a polícia usou munição letal.
As manifestações geraram a renúncia do primeiro-ministro e a suspensão do bloqueio digital, que afetou 26 sites. Entre as plataformas suspensas estavam o Facebook, YouTube, X e LinkedIn, que não tinham se registrado dentro do prazo estipulado pelas autoridades.