SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ala militar do Hamas, chamada de Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, reivindicou nesta terça-feira (9) a responsabilidade pelo ataque terrorista da véspera em Jerusalém, que matou seis pessoas e feriu 11.
Em comunicado, o grupo terrorista afirmou que os atiradores, Muhammad Taha e Muthanna Amro, eram integrantes da organização. Não foram fornecidos mais detalhes sobre o planejamento ou execução do atentado.
A polícia israelense informou que dois agressores chegaram de carro e abriram fogo contra o ponto de ônibus no trevo de Ramot por volta das 10h15 locais (4h15 de Brasília). Um segurança e um civil revidaram e mataram os atiradores. Com eles, estavam várias armas, munições e uma faca.
Horas após o ataque, o Hamas elogiou os criminosos, aos quais chamou de “combatentes da resistência”, mas não reivindicou a responsabilidade pelo atentado. O Jihad Islâmico, outro grupo terrorista palestino, também celebrou o atentado.
A Autoridade Palestina, por outro lado, emitiu uma nota afirmando que rejeita e condena “qualquer dano a civis palestinos e israelenses e rejeita todas as formas de violência, independentemente de sua origem”.
O comunicado acrescenta que a concretização dos direitos do povo palestino em um Estado independente “é a única garantia para romper o ciclo de violência na região.”
Em resposta ao ataque, o ministro da Defesa, Israel Katz, prometeu revidar, ao dizer que “um poderoso furacão atingirá os céus da cidade de Gaza “. Depois, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, foi ao local do ataque e disse que Israel está lutando uma “poderosa guerra contra o terror”.
Ele afirmou que os moradores da Cidade de Gaza precisam sair imediatamente -Tel Aviv vem intensificando sua ofensiva para ocupar a capital do território palestino. Segundo o premiê, Tel Aviv já bombardeou e destruiu 50 edifícios em Gaza sob a justificativa de que eles eram usados pelo Hamas.
Os dois atiradores eram de Qatanna e Qubeiba, vilarejos ao norte de Jerusalém, na Cisjordânia ocupada. Toda construção erguida sem permissão nas duas localidades será demolida, e 750 pessoas terão sua permissão de trabalhar em Israel revogada -principal fonte de renda de muitas famílias palestinas.
Tel Aviv afirma que demolir as casas de parentes de agressores e de seus conterrâneos contribui para dissuadir futuros ataques. Palestinos e grupos de direitos humanos consideram a prática uma forma de punição coletiva, proibida pelo direito internacional.
O ministro da Segurança Nacional, o extremista Itamar Ben-Gvir, disse que está ampliando a lista de comunidades cujos moradores israelenses têm direito de receber licenças para portar armas. “No ataque horrível, ficou mais uma vez comprovado que as armas de fogo salvam vidas, quando dois civis armados, que haviam recebido armas sob a reforma que estamos liderando, neutralizaram os terroristas”, afirmou.
Paralelamente, o Exército israelense conduziu um ataque inédito direcionado contra a alta liderança do Hamas no Qatar. Em comunicado conjunto com seu ministro da Defesa, Israel Katz, Netanyahu disse que a ofensiva contra o país que sedia as negociações para um cessar-fogo foi uma resposta ao atentado em Jerusalém.
O grupo terrorista afirmou que cinco de seus membros morreram na operação, mas líderes do alto escalão não foram atingidos. Entre as vítimas está Himam al-Hayya, filho do principal negociador do Hamas, Khalil al-Hayya. O Ministério do Interior da Qatar afirmou, em um comunicado, que um membro das forças militares do país foi morto no ataque israelense.