PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou nesta terça-feira (9) que as duas pernas encontradas em diferentes pontos da zona sul de Porto Alegre no fim de semana são da manicure Brasília Costa, 65, que foi esquartejada e teve seu tronco deixado em uma mala na rodoviária da capital gaúcha.
Uma das pernas foi encontrada na manhã de sábado (6) em uma praia do lago Guaíba no bairro de Ipanema. Já a outra foi localizada a cerca de 8 km de distância no domingo (7) em um trecho da orla no bairro Cristal.
Testes feitos pelo IGP (Instituto-Geral de Perícias) apontaram que os membros têm o mesmo DNA verificado no tronco. A informação foi confirmada à reportagem pelo delegado Mário Souza, diretor do departamento de homicídios da Polícia Civil.
Na semana passada, o IGP já havia confirmado que fragmentos de braços e pernas encontrados em uma sacola plástica no dia 13 de agosto no bairro Santo Antônio, na zona leste de Porto Alegre, também pertenciam à vítima.
Brasília teve a identidade oficialmente divulgada nesta segunda-feira (8). Ela era natural de Arroio Grande, cidade no sul do estado, e morava na zona norte de Porto Alegre, onde trabalhava como manicure.
O publicitário Ricardo Jardim, 66, está preso desde quinta-feira (4) pela suspeita de ser o autor do crime. De acordo com a polícia, ele teria jogado as pernas de Brasília em um riacho na zona Sul que desemboca no Guaíba. A defesa do suspeito ainda não foi localizada.
Jardim, que era namorado de Brasília, havia sido condenado em 2018 por matar a mãe e concretar seu corpo dentro de um armário. Ele obteve progressão para o regime semiaberto desde 2024, depois de cumprir 6 dos 28 anos de condenação, mas foi considerado foragido ao não se reapresentar para a colocação de tornozeleira eletrônica.
A polícia apura se ele assassinou e esquartejou Brasília no dia 9 de agosto. As câmeras de segurança da rodoviária de Porto Alegre mostram que a bagagem foi deixada no guarda-volumes no dia 20, uma semana depois que a polícia encontrou o saco plástico com os restos mortais na zona leste.
O corpo foi descoberto no dia 1º de setembro, quando a equipe do guarda-volumes acionou a Brigada Militar após relatos de mau cheiro vindo da bagagem.
A mala foi deixada por um homem grisalho que estava de luvas, boné e máscara tapando o nariz e a boca. Os investigadores chegaram à Jardim após identificá-lo tirando a máscara na filmagem de uma câmera de segurança na zona norte da capital.