BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Banco do Brasil e a cooperativa de crédito agrícola Sicredi lideram as renegociações do Desenrola Rural, programa do governo federal de desconto em dívidas da agricultura familiar que atingiu em agosto R$ 8,9 bilhões em dívidas renegociadas.
O Sicredi responde por R$ 1,2 bilhões em dívidas renegociadas, contra R$ 728 milhões do Banco do Brasil, segundo dados do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) obtidos pela reportagem em primeira mão.
Dívidas inscritas na DAU (Dívida Ativa da União) respondem por outros R$ 6,7 bilhões a maior parte é oriunda de empréstimos do BB, que lidera a concessão de crédito rural e repassa as dívidas à União após um período longo de inadimplência.
Ainda segundo os dados do governo, o programa contemplou 231 mil agricultores, ficando perto de atingir a meta de 250 mil beneficiários até o fim do ano.
O governo lançou o Desenrola Rural em fevereiro. Na época, o MDA calculava 1 milhão de agricultores endividados, e R$ 32 bilhões em débitos.
O lançamento coincidiu com a alta nos preços de certos itens, como ovo, café e carne bovina, e um dos objetivos do programa era impulsionar a produção de alimentos no país, aliviando a pressão inflacionária.
O ministro Paulo Teixeira, por sua vez, estava pressionado por organizações como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que pediam medidas mais contundentes de reforma agrária e apoio aos pequenos agricultores.
O Desenrola Rural atende produtores e cooperativas da agricultura familiar, assentados, quilombolas, indígenas e pescadores com débitos inscritos na DAU (Dívida Ativa da União), parcelas contabilizadas em prejuízo ou em atraso há mais de 180 dias.
As condições variam conforme o tipo de operação e tamanho da dívida, mas de modo geral são mais vantajosas quando a dívida é junto a um banco público, ao Incra ou está inscrita na DAU.