SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O fisiculturista Valter de Vargas Aita, 41, foi encontrado morto na escada do condomínio onde morava, em Chapecó (SC), na manhã do último domingo (7). A esposa dele, principal suspeita do crime, também estava ferida e está internada em estado grave.
Era natural de Santa Maria (RS), mas morava em Chapecó (SC). Além de fisiculturista, ele era formado em educação física pela Faculdade Metodista Centenário e trabalhava como personal trainer em uma academia de Chapecó (SC).
Nos últimos anos, o atleta recebeu prêmios no fisiculturismo. Aita conquistou títulos como o vice-campeonato mundial pela World Fitness Federation, além de seis títulos estaduais.
Nas redes sociais, Aita reforçava que não fazia uso de estimulantes para desenvolver seus músculos. “Treine o mais pesado possível; descanse entre um a três dias na semana; durma de seis a oito horas ao dia; coma bem, de preferência comida; beba 50 ml de água por kg/peso corporal; e o principal: tenha paciência!”, aconselhou ele em um de seus posts.
Em seu perfil, ele compartilhava também os preparativos para os campeonatos que participava. Em junho de 2024, o fisiculturista descreveu o processo que o levou até os títulos estaduais. Aita relata que teve dengue duas vezes em 40 dias, sendo que uma delas foi hemorrágica, e mesmo assim ganhou nas categorias em que disputou. “Essa superação absurda vai ficar marcada na minha trajetória, o físico mesmo não estando 100% foi o suficiente para levar todas as categorias que disputei, além de ter apresentado minha melhor versão até hoje.”
Aita tinha uma rotina regrada em relação aos exercícios e à alimentação. Em publicação feita no final de julho, o personal dizia que havia perdido 3,5 quilos em um mês e estava fazendo seis horas de exercícios do tipo “cardio” por semana. “Dizem que eu seco muito rápido ou tenho genética boa, mas o que não faço é sair do plano”, escreveu ele.
Em seu perfil no Instagram, diversos internautas lamentam a morte do fisiculturista. “Vou deixar aqui a minha indignação e minha homenagem a esse irmão incrível que sempre foi, um cara íntegro e às vezes indignado ao [sic] mundo de hoje, passamos muitos momentos bons, muitas conversas verdadeiras e sempre com valor ao esporte e as pessoas que amava”, diz um dos comentários. “Obrigado pelos ensinamentos, mestre, que Deus te cuide aí em cima”, diz outro.
Aita sofreu golpes de faca nas costas, no rosto e no pescoço. A confusão que resultou na morte do fisiculturista começou no apartamento do casal. Ele tentou sair do local, mas morreu na escada do prédio. As informações são da Polícia Civil de Santa Catarina.
A principal suspeita do crime é a esposa dele. A mulher de 43 anos não teve a identidade revelada pelas autoridades. Ela também tinha ferimentos de faca no corpo, foi hospitalizada em estado grave e está sob custódia de policiais em uma unidade de saúde.
A motivação para o crime ainda é desconhecida. Segundo o delegado do caso, Rodrigo Moura, a polícia está investigando o que aconteceu dentro do apartamento, inclusive a possível participação de outras pessoas.
Testemunhas relataram ter ouvido gritos vindos do apartamento do casal. Vizinhos contaram aos policiais que ouviram barulhos parecidos com uma briga instantes antes do fisiculturista ser achado morto. Uma mulher disse ter visto pelo “olho mágico” da porta o momento em que Valter apareceu no corredor ensanguentado e caiu desfalecido na sequência.
A suspeita do crime era foragida da Justiça do Rio Grande do Sul. Conforme a polícia catarinense, ela foi condenada a 15 anos de prisão por latrocínio (roubo seguido de morte) no RS. Como ela não teve a identidade divulgada, não foi possível localizar sua defesa ou familiares.