Da Redação
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou a presença do vírus da febre amarela em dois macacos encontrados mortos em Abadia de Goiás e Guapó. Um terceiro caso suspeito em Aragoiânia foi descartado. A detecção levou o órgão a emitir alerta epidemiológico a todos os municípios e reforçar a necessidade de vacinação da população.
Em Abadia, moradores localizaram um bugio filhote em uma chácara; o animal morreu no mesmo dia e exames comprovaram a presença do vírus. Desde então, equipes locais e estaduais intensificaram campanhas de imunização e iniciaram coleta de mosquitos para mapear a circulação viral. A SES reforça que os macacos não transmitem a doença — eles servem como sentinelas, sinalizando a presença do vírus no ambiente.
Para apoiar os municípios, o governo estadual dispõe de vans de vacinação móveis. Uma já foi enviada para Abadia, e outra deve ser encaminhada a Guapó nos próximos dias. As ações incluem bloqueios, investigação de campo e campanhas educativas.
A subsecretária de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, explica que o registro confirma a retomada do ciclo natural da febre amarela no Estado. Segundo ela, a preocupação é maior porque a cobertura vacinal está em apenas 71,5%, bem abaixo da meta nacional de 95%. “Quando temos baixa imunização, há mais pessoas vulneráveis ao vírus”, afirmou.
Situação em Goiás
- Último caso humano: registrado em 2017.
- Vacinação: disponível a partir dos 9 meses de idade, com reforço aos 4 anos. Adultos não vacinados até 59 anos devem tomar dose única.
- Prevenção: além da vacina, recomenda-se uso de repelentes, roupas compridas e atenção especial em áreas de mata e beira de rios.
A febre amarela é transmitida pela picada de mosquitos silvestres dos gêneros Haemagogus e Sabethes, mas o Aedes aegypti também pode ser vetor em áreas urbanas. Os sintomas iniciais se confundem com dengue e chikungunya — febre, dor muscular e mal-estar — podendo evoluir para formas graves com risco de morte.
A SES orienta a população a notificar imediatamente qualquer macaco doente ou morto, sem manipular o animal. A comunicação pode ser feita pelo aplicativo SISS-Geo ou junto às secretarias municipais de saúde.