EL ALTO, None (UOL/FOLHAPRESS) – Carlo Ancelotti admitiu que a seleção brasileira terá uma cara diferente para enfrentar a Bolívia. E isso vai dar para perceber para além da escalação:
Alisson, Wesley, Fabrício Bruno, Alexsandro e Caio Henrique; Andrey Santos, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Luiz Henrique, Samuel Lino e Richarlison.
No trocadilho que ele mesmo fez, o jogo na altitude vai demandar muita atitude. Mas também ajustes táticos e comportamentais do time, na comparação com a proposta adotada nas vitórias sobre Paraguai e Chile.
“A exigência que vamos ter é diferente no jogo ofensivo e defensivo. Tentar controlar os cruzamentos, os chutes de fora da área são aspectos importantes ao nível defensivo. Em nível ofensivo, entender que a bola viaja mais rápido que o normal. São coisas que temos que avaliar na estratégia”, disse o técnico do Brasil.
A chave para isso está no meio. Independentemente de nomes, a ideia é tentar um controle maior nesse setor, congestionando a entrada da área.
E Ancelotti vai ter que fazer isso sem Casemiro, suspenso. O italiano mencionou que não há jogador parecido ao camisa 5, líder desse grupo. Mas o jeito vai ser adaptar. Andrey Santos será o substituto.
Paquetá desponta como uma figura importante nesse Brasil repaginado. Ele já ajudou a mudar a cara do time, ao lado de Luiz Henrique, no segundo tempo diante dos chilenos. Agora, os dois devem começar o jogo desde o início.
No Maracanã, Ancelotti foi mais ousado, apostou em um quarteto ofensivo com Raphinha, Estêvão, Martinelli e João Pedro. Nesta terça, o desenho deve ser mais cauteloso. Sem Raphinha, inclusive.
Casemiro e Bruno Guimarães relataram depois do jogo no Rio que o time, mesmo no nível do mar, sentiu fisicamente no segundo tempo. A ideia era mesmo ser intenso. As alterações deram novo fôlego e cara ao Brasil.
O papel dos laterais também será um ponto de atenção. Wesley teve liberdade total para ir e voltar ao fundo, fazendo com que a linha mais ofensiva tivesse cinco jogadores. A responsabilidade defensiva em um jogo traiçoeiro em El Alto aumenta.
Contra a Bolívia, a 4 mil metros de altitude, não dá para brincar, ainda que o Brasil já esteja classificado para a Copa.