SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou as manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizadas neste 7 de Setembro, afirmando que elas serviram para demonstrar quem está ao lado dos brasileiros.
Em entrevista à rádio Jacobina FM, da Bahia, o petista afirmou que causa espanto o fato de manifestantes terem levantado uma bandeira gigante dos Estados Unidos na avenida Paulista, em São Paulo, no dia que marca a celebração da independência do Brasil.
“Eu nunca vi, não conheço na história da humanidade, no Dia da Independência de uma nação ou de um país, políticos erguerem a bandeira de outro país. E um país que tem adotado medidas para destruir os empregos, as empresas e economia do nosso país”, afirmou o ministro.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em julho sobretaxa de 50% sobre o Brasil e condicionou qualquer negociação ao fim do julgamento por golpe de Estado de Bolsonaro. O Palácio do Planalto e o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitam essa exigência.
Em Brasília, o presidente Lula (PT) participou da cerimônia oficial do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, marcada pela ausência de ministros do STF.
Na avaliação do ministro, o 7 de Setembro serviu para reafirmar a soberania nacional, a independência e autodeterminação dos povos
“Ficou claro o lado de quem cada um de nós está. Quem sempre esteve ao lado do povo brasileiro e quem usou até recentemente a bandeira do Brasil para defender seus próprios interesses e defender aquilo que não interessa a maioria do povo brasileiro”, afirmou.
O governo estabeleceu para a celebração os temas “Brasil dos Brasileiros”, “Brasil do Futuro” e a COP30, conferência climática da ONU que será realizada em novembro, em Belém. Foram distribuídos bonés com o tema “Brasil Soberano”, ao som de uma música gravada pela ministra Margareth Menezes (Cultura).
Enquanto isso, setores da esquerda organizaram o tradicional ato “Grito dos Excluídos” em diversas capitais brasileiras. Nos últimos anos, além de servir de contraponto às celebrações oficiais da Independência, os atos também disputam terreno com as manifestações bolsonaristas.