BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O decano do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, afirmou nas redes sociais neste domingo (7) que “o que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe”.

A fala é uma resposta ao discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em ato na avenida Paulista, que disse que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como [Alexandre de] Moraes”.

“O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo”, diz o ministro na publicação.

“É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam.”

Outro ministro do Supremo afirmou a um interlocutor, sob reserva, que Tarcísio queima pontes com o tribunal ao fazer ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes.

A avaliação deste ministro é que a radicalização do discurso de Tarcísio tem foco político e em nada contribui para a situação do ex-presidente.

Em ato na avenida Paulista, Tarcísio defendeu uma anistia “ampla e irrestrita”, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser autorizado a ser candidato em 2026 e que pode ser condenado sem nenhuma prova.

Além disso, disse que o STF julga “um crime que não existiu”, que o julgamento no Supremo não é justo e fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes. As declarações ocorrem em meio ao julgamento de Bolsonaro na Corte.

“Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega”, disse em recado ao Supremo. “Não vamos aceitar que nenhum ditador diga o que temos que fazer.”

Ao ouvir que a multidão gritava “fora, Moraes”, Tarcísio chamou o magistrado de ditador. “Por que é que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país”, afirmou.

“Nós não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que fazer”, disse em outro momento.