SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Israel bombardeou e destruiu neste sábado (6) mais um prédio no sudoeste da Cidade de Gaza, em uma área que o Exército havia pedido pouco antes para que os habitantes se retirassem.

É o segundo edifício que Israel destrói em dois dias -nesta sexta (5), outro prédio também colapsou após ter sido atingido por mísseis de Tel Aviv.

Os ataques ocorrem em meio a uma ofensiva do Exército para tomar o maior centro urbano e capital do território palestino. O gabinete de segurança de Israel, presidido pelo premiê Binyamin Netanyahu, aprovou no mês passado um plano para expandir a campanha militar e controlar a Cidade de Gaza.

Vídeos do novo ataque já circulam nas redes sociais e mostram o edifício, de cerca de 15 andares, desmoronando sobre si mesmo e uma grande nuvem de poeira subindo pelos ares. Segundo as Forças Armadas, os dois prédios atingidos eram utilizados pelo Hamas.

Testemunhas ouvidas pela agência de notícias AFP afirmaram que o edifício destruído neste sábado (6) era a torre Soussi.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, publicou o vídeo do prédio colapsando nas redes sociais e escreveu: “Continuamos”. No dia anterior, após uma primeira destruição semelhante de um prédio no oeste da Cidade de Gaza, ele havia escrito: “Começamos”.

Netanyahu afirma que a capital é um reduto do Hamas e que conquistá-la é necessário para derrotar o grupo terrorista.

A ofensiva ameaça deslocar centenas de milhares de palestinos que se abrigam ali desde o começo da guerra, há quase dois anos. Antes do conflito, cerca de 1 milhão de pessoas, quase metade da população de Gaza, viviam na cidade.

Israel havia pedido mais cedo que as pessoas se retirassem para Khan Yunis, no sul de Gaza, afirmando que receberiam comida, cuidados médicos e abrigo. A área designada seria uma “zona humanitária”, segundo o porta-voz militar israelense Avichay Adraee.

O Exército tem realizado intensos bombardeios contra a cidade há semanas, avançando pelos subúrbios e, nesta semana, a ofensiva estava a poucos quilômetros do centro. Alguns moradores afirmaram que se recusam a ser deslocados novamente.

Na sexta, o Hamas divulgou um vídeo de dois reféns israelenses sequestrados em um festival de música em Israel em outubro de 2023, quando o grupo terrorista atacou o país.

Nas imagens divulgadas, um dos homens afirma que está sendo mantido na Cidade de Gaza junto com vários outros reféns e que teme ser morto pela ofensiva israelense.

O Exército israelense anunciou nesta quinta (4) que já controla 40% da Cidade de Gaza e que a ofensiva militar se intensificará nos próximos dias.

Israel lançou sua ofensiva contra a Faixa de Gaza em outubro de 2023, depois que membros do Hamas atacaram comunidades israelenses, matando 1.200 pessoas e capturando mais de 250 reféns.

Desde então, a ação militar de Tel Aviv matou cerca de 63 mil pessoas, danificou ou destruiu a maioria dos edifícios no território e forçou quase todos os seus residentes a fugir de suas casas pelo menos uma vez.

Um monitor global da fome utilizado pelas Nações Unidas afirma que partes do território sofrem de uma fome provocada por ação humana, o que Israel também nega.