SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A direção do Museu do Ipiranga planeja construir um edifício destinado às reservas técnicas, como são chamados os espaços que organizam e conservam as coleções do acervo que não estão em exposição.

As reservas técnicas do Ipiranga têm mais de 400 mil itens, com objetos, documentos e iconografia que compreendem o período que vai do século 17 ao 20. Segundo a direção, apenas 1% do acervo pode ser apreciado pelo público nas salas e corredores do museu, mesmo considerando a ampliação do prédio, reaberto há três anos.

Segundo o historiador Paulo César Garcez Marins, diretor do Ipiranga, o objetivo é que o novo local seja um centro de referência e pesquisa ligado à cultura material. Além das reservas técnicas, abrigaria laboratórios de conservação, áreas de processamento e catalogação, setores administrativos e biblioteca.

Atualmente essas reservas técnicas estão dispersas em imóveis alugados pelo museu nos bairros do Ipiranga e do Cambuci, em São Paulo.

A equipe da instituição acabou de finalizar um estudo que detalha as características necessárias para esse novo edifício, como a área a ser construída, a divisão dos ambientes e as exigências dos sistemas elétrico e hidráulico.

Uma das conclusões é que o lugar deveria ter cerca de 20 mil metros quadrados, um espaço ainda maior do que o do próprio museu, que alcançou 14 mil metros quadrados após a reforma concluída em 2022. Não existe, por ora, uma estimativa de custo do projeto.

Essa previsão da área já leva em conta uma provável expansão do acervo nos próximos anos. Recentemente, o museu fez uma aquisição relevante, a compra da coleção de cartões-postais e outros impressos que pertenceu a Maria Cecília e João Baptista Monteiro da Silva, casal que morava em São Paulo. Cerca de 28 mil itens, que vão do fim do século 19 à década de 1970, formam a coleção, pela qual o museu pagou R$ 289 mil.

Além de fazer aquisições, o Ipiranga tem recebido doações de acervos, iniciativa que, segundo Garcez Marins, vem se tornando mais frequente depois da reabertura.

Neste momento, de acordo com ele, o museu está em busca de algum terreno pertencente à USP com as condições adequadas para a construção. De preferência, diz o diretor, na região do Ipiranga. “Caso não existam terrenos da universidade disponíveis por aqui, vamos avaliar outros espaços no bairro”, afirma.

Encerrada essa etapa, o museu abriria um concurso público para que arquitetos apresentem seus projetos. Não há uma previsão de data para início da construção.