SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A principal reclamação do público do The Town no ano retrasado era andar pelo festival. Com ingressos esgotados e palcos disputando espaço com estandes publicitários, era difícil se locomover no Autódromo de Interlagos. Mas este ano a história será diferente, dizem os organizadores do evento, que começa sua segunda edição neste sábado.
A maior mudança é a oposição diametral entre os dois palcos principais: o maior, Skyline, segue no topo do principal declive do Autódromo de Interlagos, enquanto o The One foi para a outra extremidade. Além disso, a lateral direita do Skyline não terá mais estandes publicitários, ampliando a pista. O evento manteve cerca de 30 espaços de marcas da outra edição, mas eles estão menores –antes, alguns eram edifícios de três andares.
“Fizemos um reposicionamento para uma distribuição de público e fluxo melhor”, diz Luis Justo, CEO da Rock World, empresa que organiza o The Town e o Rock in Rio. “Algumas redistribuições de estandes de marcas vão garantir uma experiência melhor.”
O palco Skyline também terá telões laterais duas vezes maiores do que os da edição passada, sanando outra reclamação. A cenografia, com prédios da capital paulista, será mais sóbria, sem disputar o foco com os artistas.
O áudio segue com seis linhas de sistemas de alto-falantes e torres de apoio, conjunto aquém para alguns shows em 2023, mas 11 novas torres, fruto de investimento de R$ 120 milhões da Prefeitura de São Paulo, darão suporte ao som de todo o festival.
O palco vai receber artistas como Mariah Carey, Katy Perry, Travis Scott e Green Day. Estes e outros nomes tocaram no ano passado no Brasil, mas o curador do evento, Zé Ricardo, diz que “existe uma demanda muito forte por esses artistas, de pessoas que não puderam vê-los anteriormente”.
Já o palco The One vai receber nomes importantes da música brasileira -alguns também reprisados. “O nosso pop não tem 40 pessoas capazes de colocar 20 mil pessoas numa arena, então a gente acaba rodando por grandes nomes que constroem carreiras brilhantes e precisam estar nesses palcos”, acrescenta o curador, que também é vice-presidente da Rock World e curador do Rock in Rio. “Mas cada artista tem um show único para o festival.”
Outra mudança importante é a estreia do palco Quebrada, que vai receber shows de artistas do trap e do funk brasileiros. O novo espaço substitui o New Dance Order, centrado em música eletrônica, que apresentou uma das melhores seleções de 2023.
Na edição 2025, DJs farão apenas cinco apresentações no The Tower, palco que terá um boneco articulado de 15 metros em formato de dragão. Mas a mudança não é definitiva, segundo o curador.
Os palcos São Paulo Square e Factory, por fim, trocaram de posição e estão mais distantes entre si, o que deve arejar as pistas.
Os pontos de alimentação do festival se situam como na edição de 2023. Atrações de parque temático, como montanha-russa e roda gigante, estão mais próximas e centralizadas, e saiu de cena o espetáculo musical que contava a história de São Paulo pela lente dos criadores do festival.
Nos bastidores, chama a atenção a estrutura para os artistas principais. Mariah Carey terá um camarim com chuveiro e mobiliário branco, e a banda Green Day terá uma cozinha exclusiva para o chef que viaja com o grupo e prepara todas as refeições da banda.
Ao todo, o The Town oferece 70 camarins aos artistas contratados, que se dividem nos dias do evento por gêneros e estilos –como trap no primeiro sábado e punk rock no primeiro domingo. “Na nossa curadoria, sempre tentamos provocar, revelar e atualizar”, diz Zé Ricardo. “Queremos contar uma história no line-up.”